O antigo casal presidencial deu "star power" à campanha de Kamala Harris em dois discursos muito aclamados na convenção do Partido Democrata dos EUA. Mas o principal alvo foi o candidato republicano Donald Trump.
Alertando para a luta difícil que os democratas têm pela frente, o ex-presidente dos EUA Barack Obama e mulher, Michelle Obama, foram as grandes estrelas do segundo dia da convenção do Partido Democrata, que está a decorrer em Chicago. Falaram sobretudo no perigo de Donald Trump voltar a ser presidente, entre apelos ao voto em Kamala Harris.
"Não precisamos de mais quatro anos de caos", disse Barack Obama, numa referência à presidência de Donald Trump. "Já vimos esse filme e a sequência geralmente é pior", insistiu.
"Tem sido um fluxo constante de queixas e ressentimentos, que na verdade piorou agora que ele ficou com medo de perder para Kamala," acrescentou Obama.
O primeiro presidente negro na história dos EUA insistiu que a nação está pronta para eleger Kamala Harris, que tem ascendência jamaicana e indiana, e seria a primeira mulher presidente do país.
"Yes, she can", disse o ex-presidente, dedicando à candidata um slogan ajustado da campanha que o levou à vitória em 2008 - o célebre "yes, we can".
"América, a esperança está a regressar," declarou a antiga primeira-dama Michelle Obama, sublinhando a “esperança”, outra das palavras-chave das campanhas presidenciais do marido. Michelle Obama identificou-se com Kamala Harris, dizendo que as duas têm uma história comum.
Em seguida, criticou duramente o candidato republicano, Donald Trump, recordando os ataques que este fez durante a presidência de Barack Obama
"A sua visão limitada e estreita do mundo fez com que se sentisse ameaçado pela existência de duas pessoas trabalhadoras, altamente educadas e bem-sucedidas, que também eram negras," disse sobre Trump.
Trunfos de campanha
Nestes discursos ficou também visível o poder de oratória dos Obamas, que são também duas das maiores estrelas do Partido Democrata e cujo apoio é um dos maiores trunfos de Kamala Harris.
A vice-presidente está a recorrer a notáveis, como os Obamas, e e até a alguns republicanos, para impulsionar a campanha. Mas a segunda noite da convenção mostrou que esta coligação parece estar sobretudo unida pelo desejo de impedir uma segunda presidência de Donald Trump.
Antes dos Obama, subiu ao palco o marido de Kamala Harris, Doug Emhoff, num discurso cheio de histórias da vida pessoal do casal.
"Kamala é uma guerreira alegre. Ela está a fazer pelo seu país o que sempre fez pelas pessoas que ama”, disse Doug Emhoff, que pode vir a ser o primeiro a desempenhar o papel de primeiro cavalheiro na história dos Estados Unidos.