Numa rara apariação, o Ayatollah Ali Khamenei defendeu o ataque iraniano a Israel dizendo que este foi “correto, lógico e legal”. Forças israelitas continuam ataques no Líbano.
Para uma multidão de milhares de pessoas em Teerão, o Ayatollah Ali Khamenei discursou para legimitar o ataque iraniano como mísseis a Israel.
“O que os decisores militares e políticos considerarem lógico, sensato e correto será feito a seu tempo. Foi feito [recentemente] e, no futuro, voltará a ser feito se necessário”, afirmou esta sexta-feira o líder supremo do Irão, na primeira aparição pública em cerca de cinco anos.
O líder supremo do país descreveu o ataque como o “castigo mínimo” para o que chamou de “crimes espantosos” de Israel.
De recordar que, na terça-feira, o Irão lançou pelo menos 180 mísseis contra Israel, o mais recente de uma série de ataques em rápida escalada entre Israel e o Irão e os seus aliados, que ameaçam empurrar o Médio Oriente para uma guerra em toda a região.
Israel afirmou ter intercetado muitos dos mísseis e as autoridades de Washington disseram que os destroyers americanos ajudaram na defesa de Israel.
O Irão afirmou que a maioria dos seus mísseis atingiram os alvos pretendidos. Não houve relatos imediatos de vítimas.
O líder supremo do Irão elogiou ainda o Hezbollah e o Hamas, afirmando que cada ataque contra Israel era “um serviço para toda a região e para toda a humanidade”.
“O Hezbollah e o mártir Sayyed (Nasrallah), com a sua defesa de Gaza e a sua Jihad pela mesquita de Al-Aqsa, atingindo a entidade opressora e tirana, deram um passo em direção a um dever fatídico para com toda a região”, afirmou Khamenei. “Cada sucesso de um indivíduo ou de um grupo em relação a esta entidade é um serviço para toda a região e para toda a humanidade”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, que viajou até Beirute, avisou Israel que, se o país atacar o Irão, Teerão retaliará de forma mais forte que no passado.
“Se a entidade israelita der qualquer passo ou medida contra nós, a nossa retaliação será mais forte do que a anterior”, disse Abbas Araghchi numa conferência de imprensa, referindo-se ao ataque desta semana contra Israel.
“A nossa resposta será proporcional e totalmente calculada”, acrescentou, após uma reunião com o presidente do parlamento libanês, Nabih Berri.
Israel intensifica ataques no Líbano
No Líbano, os ataques aéreos israelitas prosseguiram durante a noite, incluindo perto do aeroporto de Beirute. Pelo menos 37 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas, segundo informaram as autoridades libanesas na manhã desta sexta-feira. Os ataques a Beirute também foram intensificados.
Israel confirma que mantém as ofensivas aéreas sobre o país, com os militares israelitas a ordenarem a retirada dos habitantes de mais de 30 aldeias do sul do Líbano.
As Forças de Defesa de Israel anunciaram esta sexta-feira em comunicado que eliminaram mais de dois mil alvos.
"Mais de dois mil alvos militares foram bombardeados, nomeadamente dos terroristas, infraestruturas, edifício militares, armazéns de armas", informaram as FDI.
As forças militares infomaram ainda que mataram o comandante do Hezbollah responsável pelas comunicações.
Nos balanços realizados esta sexta-feira contabilizam-se ainda dois mortos para o lado israelita com as FDI a anunciarem a morte de dois soldados, que operavam nas Brigadas Golani. Daniel Sofer e Tal Dror, ambos de 19 anos, morreram em combates no norte de Israel, revelaram as forças israelitas em comunicado.
Ajuda humanitária chega ao Líbano
O primeiro lote de material médico mobilizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para tratar milhares de vítimas dos ataques israelitas chegou a Beirute. De acordo com a organização, novos lotes de ajuda são esperados durante o dia de hoje e amanhã.