Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Canadianos vão às urnas em eleição dominada pela guerra comercial de Trump

Donald Trump sugeriu que o Canadá se tornasse o 51.º Estado dos EUA.
Donald Trump sugeriu que o Canadá se tornasse o 51.º Estado dos EUA. Direitos de autor  AP
Direitos de autor AP
De Clea Skopeliti
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

O líder dos liberais, Mark Carney, fez da ameaça representada pelo presidente dos EUA um elemento central da sua campanha.

PUBLICIDADE

Os canadianos vão às urnas esta segunda-feira para votar numa eleição que está a ser interpretada por muitos como um referendo sobre a relação do país com os Estados Unidos, depois de o seu presidente ter desencadeado uma guerra económica e ter mesmo ameaçado anexar o seu vizinho do norte.

As eleições surgem na sequência de um atropelamento mortal no sábado, em Vancouver. O incidente, que causou 11 mortos, levou à suspensão da campanha eleitoral durante várias horas. A polícia excluiu a hipótese de terrorismo e informou que tinha acusado de homicídio um homem com antecedentes de problemas de saúde mental.

No contexto da corrida entre o atual dirigente liberal Mark Carney e o seu rival, o líder conservador Pierre Poilievre, o primeiro centrou a sua campanha na ameaça existencial representada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

“Os americanos querem quebrar-nos para nos poderem possuir”, afirmou Carney, num comício na sexta-feira. “Não se trata apenas de palavras. É isso que está em risco.”

A reeleição de Trump e a sua guerra económica revelaram-se uma vantagem para o partido, com a sua retórica beligerante em relação ao Canadá a provocar indignação entre os eleitores e a colocar em desvantagem o candidato conservador, que tem sido comparado ao presidente dos EUA pelo seu estilo populista.

A demissão do presidente Justin Trudeau e a guerra comercial de Trump marcaram uma clara inversão da sorte para os dois partidos, com o apoio aos conservadores a afundar-se, enquanto os eleitores pareciam apoiar cada vez mais os liberais, que anteriormente pareciam destinados a uma derrota histórica.

Carney, antigo diretor do banco central do Reino Unido e do Canadá, ganhou a votação para a liderança do partido por uma esmagadora maioria.

Os conservadores esperavam capitalizar a impopularidade de Trudeau e a crise do custo de vida no país, mas Trump tornou-se a questão dominante.

Os canadianos boicotaram os produtos americanos e as viagens para os Estados Unidos caíram a pique, uma vez que o presidente dos EUA desencadeou uma guerra comercial que levou Otava a impor contramedidas a Washington. Mais de 7,3 milhões de canadianos votaram antecipadamente para o escrutínio desta segunda-feira, batendo recordes.

Ambos os candidatos prometeram renegociar o acordo de comércio livre entre o Canadá e os EUA, para onde vão 75% das exportações do país.

Na semana passada, Trump reiterou as ameaças à soberania canadiana, afirmando que o Canadá “deixaria de existir como país” se os EUA deixassem de comprar os seus produtos.

A questão também voltou a ser abordada no fim de semana, quando o secretário de Estado Marco Rubio foi questionado sobre se Trump pretende anexar o Canadá. “Penso que o presidente tem afirmado repetidamente que acha que o Canadá estaria melhor enquanto Estado” norte-americano, referiu, em declarações ao programa Meet the Press, da NBC, com Kristen Welker.

Carney pediu aos eleitores que lhe dessem um mandato forte para enfrentar as ameaças apresentadas pelo presidente dos EUA à soberania do Canadá. “O presidente Trump tem algumas ideias obsessivas, e essa é uma delas”, mencionou Carney.

“Não é uma piada. É o seu desejo muito forte de fazer com que isso aconteça. É uma das razões pelas quais esta crise é tão grave.”

Outras fontes • AP

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

MNE do Canadá assume liderança do país na guerra comercial com os EUA

Trump diz que existe um "conflito natural" com o Canadá ao receber Mark Carney na Sala Oval

Canadá e México prometem estreitar laços económicos no contexto da crise comercial de Trump