Os antigos aliados Donald Trump e Elon Musk reacenderam a sua guerra pública de palavras, apenas um mês depois de a sua relação ter começado a desmoronar-se.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu que a sua administração "daria uma vista de olhos" à deportação de Elon Musk, depois de um novo reacendimento da disputa entre os antigos aliados.
A guerra pública de palavras entre os dois intensificou-se na terça-feira, com Trump a afirmar que o chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) - que o bilionário da tecnologia anteriormente liderava - poderia rever os enormes subsídios do governo dos EUA concedidos às empresas de Musk, que incluem a Tesla e a SpaceX.
Quando questionado por um repórter na terça-feira se estava a considerar deportar Musk, cidadão sul-africano e naturalizado americano, Trump disse: "Não sei, vamos ter de dar uma olhadela".
"Talvez tenhamos de pôr o DOGE no Elon. Vocês sabem o que é o DOGE. O DOGE é o monstro que pode ter de voltar e comer o Elon", afirmou o presidente norte-americano.
"Se o DOGE olhar para Musk, vamos economizar uma fortuna", acrescentou mais tarde.
Embora Elon Musk tenha apoiado fortemente Trump durante a sua campanha para a reeleição, sendo depois recompensado com a liderança do projeto DOGE, a aliança entre os dois magnatas parece ter chegado a um fim dramático.
Troca de golpes sobre o projeto de lei de Trump
A discussão entre os dois começou no início de junho, quando Musk criticou o projeto de lei de Trump sobre cortes nos impostos e despesas, chamando-lhe uma "abominação nojenta".
Em resposta, Trump ameaçou atacar as empresas de Musk, com o magnata da tecnologia a pedir o impeachment do presidente dos EUA.
Apesar de Musk ter recuado em alguns dos seus ataques e de Trump lhe ter desejado felicidades, as hostilidades recomeçaram na segunda-feira, quando o homem mais rico do mundo voltou a criticar os cortes nos impostos e a lei da despesa, que o presidente dos EUA apelidou de "grande e bela".
Musk atacou os republicanos por terem apoiado o projeto de lei, referindo-se a ele como "suicídio político". O dono da Tesla chegou mesmo a apelidar o Partido Republicano de "partido Porky Pig" ou, em português, "partido porquinho".
Também renovou as ameaças de criar um novo partido político, denominado "Partido da América", se o projeto de lei fosse aprovado.
O "One Big Beautiful Bill Act" de Trump foi ontem aprovado pelo Senado dos EUA, por uma margem mínima, regressando agora à Câmara dos Representantes para a eventual aprovação final.
Os EUA "precisam de uma alternativa ao unipartidarismo democrata-republicano, para que o povo tenha realmente voz", escreveu Musk na segunda-feira no X, a plataforma de media social de que é proprietário.
A polémica aconteceu depois de Musk, que gastou centenas de milhões de dólares na campanha de reeleição de Trump, ter dito em maio que provavelmente gastaria "muito menos" em política no futuro.
Em resposta às últimas críticas e ameaças, Trump sugeriu que Musk poderia perder subsídios para seus negócios.
"Acabaram-se os lançamentos de foguetões, os satélites ou a produção de carros elétricos e o nosso país pouparia uma fortuna", escreveu o presidente dos EUA no Truth Social.
Sem subsídios, Musk "provavelmente teria de fechar a loja e regressar a casa na África do Sul", acrescentou.
Musk, por seu lado, continuou a criticar os cortes nos impostos e a lei da despesa no X, partilhando publicações que apoiavam a sua opinião sobre a legislação, incluindo memes e afirmações de que esta iria aumentar a dívida nacional.