Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Colômbia pede investigação criminal a Trump por ataques mortais a alegados traficantes de droga

Um navio suspeito de contrabando de droga flutua em águas internacionais do Oceano Pacífico Oriental, 27 de novembro de 2019
Um navio suspeito de contrabando de droga flutua em águas internacionais do Oceano Pacífico Oriental, 27 de novembro de 2019 Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Kieran Guilbert
Publicado a
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button

Gustavo Petro afirma na Assembleia Geral da ONU que deveria haver "processos criminais" sobre os ataques dos EUA a alegados navios de tráfico de droga.

PUBLICIDADE

O presidente colombiano Gustavo Petro exigiu uma investigação criminal contra Donald Trump e outros funcionários norte-americanos envolvidos em recentes ataques aéreos mortais contra embarcações nas Caraíbas que, segundo Washington, transportavam drogas.

Este mês, os Estados Unidos realizaram ataques mortais contra três embarcações alegadamente de tráfico de droga, marcando uma escalada significativa na iniciativa da administração republicana para combater o tráfico de narcóticos da América Latina e das Caraíbas.

No discurso proferido na reunião anual da Assembleia Geral da ONU, na terça-feira, Petro condenou os ataques e acusou Trump de criminalizar a pobreza e a migração.

"Devem ser abertos processos criminais contra esses funcionários, que são dos EUA, mesmo que isso inclua o funcionário de mais alto nível que deu a ordem: presidente Trump", disse Petro sobre os ataques.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro Urrego, discursa na 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, a 23 de setembro de 2025
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro Urrego, discursa na 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, a 23 de setembro de 2025 AP Photo

Petro afirmou que os passageiros do barco não eram membros da quadrilha venezuelana Tren de Aragua, ao contrário do que afirmou a administração Trump após o primeiro ataque.

Se os barcos estavam a transportar drogas, como alegado pelo governo dos EUA, Petro disse que os seus passageiros "não eram traficantes de drogas; eram simplesmente jovens pobres da América Latina que não tinham outra opção".

O discurso de Petro foi proferido pouco depois de o presidente venezuelano Nicolás Maduro ter anunciado que o seu governo estava a preparar uma série de decretos constitucionais para defender a soberania da nação na eventualidade de um "ataque" das forças norte-americanas.

Maduro acusou a administração Trump de utilizar as acusações de tráfico de droga como pretexto para uma operação militar, cujo objetivo é derrubar o seu governo.

Poucos detalhes são conhecidos sobre os ataques mortais, o primeiro dos quais ocorreu a 2 de setembro e matou 11 pessoas, de acordo com a Casa Branca.

As autoridades norte-americanas afirmaram que essa embarcação e uma outra que foi alvo de um ataque a 16 de setembro tinham partido da Venezuela. Três pessoas morreram no segundo ataque.

Os Estados Unidos afirmaram ter atingido um terceiro barco na sexta-feira, matando três pessoas. No entanto, não foram dados pormenores sobre o local do ataque ou a origem da embarcação.

A administração Trump ainda não explicou como é que os militares americanos avaliaram a carga dos barcos e determinaram a alegada afiliação dos passageiros a gangues.

Vários senadores, democratas e alguns republicanos, bem como grupos de direitos humanos, questionaram a legalidade da ação de Trump.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, dá uma conferência de imprensa em Caracas, 15 de setembro de 2025
O presidente venezuelano Nicolás Maduro dá uma conferência de imprensa em Caracas, 15 de setembro de 2025 AP Photo

Os ataques seguem-se a um grande reforço das forças marítimas dos EUA nas Caraíbas.

"Disseram que os mísseis nas Caraíbas foram utilizados para travar o tráfico de droga. É uma mentira afirmada aqui, nesta mesma tribuna", disse Petro no seu discurso de terça-feira, no que parecia ser uma referência direta a Trump, que falou horas antes.

"Foi realmente necessário bombardear jovens pobres e desarmados nas Caraíbas?", questionou ainda.

Outras fontes • AP

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Trump avisa que luta contra cartéis "narcoterroristas" sul-americanos vai intensificar-se

EUA voltam a atacar alegado barco de droga da Venezuela

Caças F-35 dos EUA aterram em Porto Rico e reforçam tensões com Venezuela