Embaixadora portuguesa apresentou queixa Israel após "queixas" de portugueses da flotilha. Em mensagem à família, Mariana Mortágua relatou que ativistas não foram bem tratados e que estiveram “sem comida nem água durante 48 horas”.
Os quatro portugueses detidos em Israel na sequência da interceção da Flotilha Global Sumud foram esta sexta-feira visitados pela embaixadora portuguesa e o cônsul no país.
Em nota enviada à agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou que Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves estão “bem de saúde, apesar das condições difíceis e duras à chegada ao porto de Ashdod e no centro de detenção".
Os relatos dos ativistas que reportaram “queixas várias” motivaram, no entanto, um “protesto imediato” da embaixadora Helena Paiva.
"Não foram sujeitos a violência física, não obstante queixas várias - queixas estas que levaram a um protesto imediato por parte da embaixadora de Portugal em Israel", segundo o Palácio das Necessidades.
Nas redes sociais, Joana Mortágua partilhou que falou com o cônsul de Portugal em Israel que terá explicando que a irmã, Mariana Mortágua, se encontra bem psicológica e fisicamente, estando atualmente numa cela com 12 pessoas.
A deputada do bloco de Esquerda partilhou uma mensagem no sentido de descansar a família, mas a reportar a situação difícil dos ativistas que, segundo ela, estiveram 48 horas sem comida nem água.
"Mãe, estou bem, mas não nos trataram bem, sem comida nem água durante 48 horas" é possível ler na mensagem partilhada por Joana Mortágua, onde Mariana Mortágua apela também a manifestações em solidariedade com Gaza.
Os quatro portugeses terão assinado uma declaração na qual aceitam a deportação do país. A informação foi esta tarde confirmada pelo embaixador israelita em Portugal, durante uma entrevista à CNN.
"Eles não precisam de ir para tribunal e vão sair em breve", explicou, sem adiantar, no entanto, uma data concreta para o regresso dos ativistas. Oren Rosenblat afirmou apenas que estes "estão em segurança e com saúde".
A equipa jurídica que apoia a Flotilha Global Sumud informou esta sexta-feira que os 473 tripulantes das embarcações detidos pelas forças navais israelitas foram transferidos para uma prisão no deserto de Negev, no sul de Israel. A detenção dos ativistas que navegavam com ajuda humanitária tendo como destino a Faixa de Gaza originou protestos globais e Portugal não foi exceção.
O ministro da Presidência garantiu que Estado Português está a dar acompanhamento consular permanente aos portugueses atualmente detidos.
"Esse acompanhamento [consular] existe, esse acompanhamento é permanente. O objetivo é manter esse acompanhamento consular, com vista ao repatriamento dos portugueses em condições de segurança", declarou o membro do Executivo esta sexta-feira, durante a conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros.