Milhares de pessoas juntaram-se em Lisboa e no Porto nos protestos convocados pelo movimento de solidariedade com a Palestina. Manifestantes exigem libertação dos ativistas detidos, sanções internacionais contra Israel e o fim do genocídio na Faixa de Gaza.
A detenção dos ativistas que seguiam de barco até à Faixa de Gaza originou uma onda de protestos global.
Numa altura em que nada se sabe ainda sobre o estado dos quatro portugueses detidos pelas forças israelitas, Portugal não ficou de fora das manifestações, com protestos a serem convocados em nove cidades do país.
Em Lisboa, mais de mil pessoas deslocaram-se até à porta da embaixada de Israel para protestarem contra a detenção dos ativistas e contra o que chamam de "genocídio" na Faixa de Gaza. O protesto teve início pelas 18h00, perto da zona do Saldanha. Muitos seguravam cartazes onde pedem "Liberdade para a flotilha" e "Sanções para Israel" . O local foi inundado de bandeiras palestinianas e do lenço simbólico Keffiyeh.
Já no Porto, a maior concentração aconteceu na Praça D. João I, junto ao Mercado do Bolhão. Segundo a agência Lusa, os manifestantes deixaram o espaço pedonal, em frente ao Teatro Municipal Rivoli, e cortaram o trânsito pelas 20:00, levando a que a polícia redirecionasse o trânsito.
Em Coimbra, cerca de 300 pessoas desfilaram pela baixa em protestos contra a situação na Faixa de Gaza e a detenção dos ativistas da flotilha humanitária.
Além da libertação dos ativistas detidos, os manifestantes exigem o fim ao cerco ilegal à Faixa de Gaza e sanções dos países contra Israel.
Os protestos contra as ações israelitas realizaram-se em várias cidades de países como Espanha, França, Reino Unido, Itália, Polónia, Países Baixos, Alemanha, Paquistão, Malásia e México.
Embaixadora portuguesa em Israel visita amanhã portugueses detidos
Marcelo Rebelo de Sousa confirmou esta quinta-feira que Mariana Mortágua, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Diogo Chaves irão receber a visita da embaixadora portuguesa em Israel durante o dia de amanhã.
O Presidente da República explicou que o contacto com os quatro detidos irá permitir "perceber exatamente o que se está a passar em termos de identificação administrativa".
É esperado que os ativistas detidos sejam deportados nos próximos dias, num processo atrasado também pela celebração do Yom Kipur, o feriado religioso no país.
O chefe de Estado indicou que não são conhecidas as condições de saúde dos portugueses a quem será dada uma "escolha".
“Ou assinam um documento, dizendo que saem com a sua concordância do território de Israel, e aí, Israel cobre as despesas dessa saída o mais rápido possível”, começou por dizer. “Ou preferem a outra via que é ficar em território israelita e nessa medida iniciar o processo que conduz à intervenção do juiz, que depois decidirá em que termos ocorre essa saída - e aí já o Estado de Israel não cobriria essas saídas”, explicou Marcelo.
Benjamin Netanyahu já veio felicitar a ação dos militares que, segundo o primeiro-ministro israelita, "repeliram uma campanha de deslegitimação contra Israel".
"Felicito os soldados e comandantes navais que realizaram a sua missão durante o Yom Kippur (feriado judaico) da forma mais profissional e eficiente", disse Netanyahu em comunicado. "A sua importante ação impediu que dezenas de navios entrassem na zona de guerra e repeliu uma campanha de deslegitimação contra Israel", afirmou.
Israel confirmou a detenção de mais de 400 pessoas, que foram transferidas para o porto de Ashdod.
"Durante uma operação, que durou cerca de 12 horas, o pessoal da marinha israelita conseguiu impedir uma tentativa de incursão em grande escala, realizada por centenas de pessoas a bordo de 41 navios que tinham declarado a sua intenção de violar o bloqueio marítimo legal sobre a Faixa de Gaza", informou um responsável israelita.
"No final da operação, mais de 400 participantes foram transferidos em segurança para o porto de Ashdod para serem recebidos pela polícia".