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Roubo de joias: diretora do Louvre defende existência de esquadra dentro do museu

Laurence des Cars, diretor do Louvre, numa audição perante a Comissão de Cultura do Senado, três dias após o roubo histórico de jóias.
Laurence des Cars, diretor do Louvre, numa audição perante a Comissão de Cultura do Senado, três dias após o roubo histórico de jóias. Direitos de autor  Emma Da Silva/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.
Direitos de autor Emma Da Silva/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.
De Alexander Kazakevich & Sophia Khatsenkova
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Numa audição no Senado, Laurence des Cars, diretora do Louvre, anunciou igualmente a sua demissão, que foi recusada pela ministra Rachida Dati.

É a primeira vez que a diretora-geral do Louvre se pronuncia. Em silêncio desde o espetacular roubo ocorrido no domingo, Laurence des Cars falou, na tarde desta quarta-feira, perante a comissão de cultura do Senado.

O objetivo: explicar como os ladrões conseguiram roubar várias joias pertencentes às famílias reinantes de França no século XIX. Um prejuízo avaliado em 88 milhões de euros só na "dimensão económica", mas com um valor histórico e patrimonial inestimável.

Nenhuma câmara cobria a varanda da Galeria Apolo

Desde a sua nomeação, em 2021, a diretora do Louvre afirmou ter alertado regularmente para o "estado de degradação e obsolescência geral" da sua instituição, ao mesmo tempo que sublinhou que o pessoal de segurança "não estava armado".

Laurence des Cars reconheceu que o sistema de videovigilância exterior do museu é "muito insuficiente".

"Existem algumas câmaras de proteção do perímetro, mas estão a ficar obsoletas [...], o número é muito insuficiente e não cobre todas as fachadas do Louvre", lamentou. Segundo Laurence des Cars, na Galeria Apolo, onde ocorreu o furto, "a única câmara instalada está virada para oeste e, por conseguinte, não cobre a varanda afetada pelo arrombamento".

Por fim, face a esta constatação de vulnerabilidade, a presidente-diretora do Louvre formulou uma proposta surpreendente: a criação de uma esquadra da polícia diretamente no interior do museu, para reforçar a segurança de um local que atrai mais de oito milhões de visitantes por ano.

Um subinvestimento "crónico"

Embora Laurence des Cars afirme que "o sistema de segurança [...] na Galeria Apolo funcionou perfeitamente", admite, no entanto, que esse dispositivo "não estava adaptado a um novo tipo de ataque, a novos modos operacionais, que não tinham sido previstos e aos quais agora é preciso reagir".

"Há dois anos, a principal preocupação do Louvre era antecipar ações de ativistas geralmente ligados à questão climática [...] que atiravam tinta ou sopa para cima dos quadros", acrescentou, ao mesmo tempo que apontava "um subinvestimento crónico em matéria de equipamento e infraestruturas".

Alertas já emitidos

De acordo com o presidente do Tribunal de Contas, Pierre Moscovici, em declarações na emissão da RTL France, as falhas de segurança do museu "eram do conhecimento da administração". Um pré-relatório da instituição, consultado por vários meios de comunicação social, já salientava uma falta gritante de câmaras de vigilância e falhas importantes na proteção do local.

Laurence des Cars confirmou igualmente que apresentou a sua demissão na sequência do roubo, algo que foi recusado pela ministra da Cultura, Rachida Dati.

Na quarta-feira de manhã, o Louvre reabriu ao público, depois do encerramento semanal de terça-feira e de três dias de perturbações, segundo apurou a Euronews junto de funcionários do museu.

No entanto, a Galeria Apolo, onde ocorreu o assalto, permanecerá encerrada até novo aviso.

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