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Espanha vai conceder nacionalidade aos descendentes das Brigadas Internacionais

Pedro Sánchez durante o evento "Memória é Democracia".
Pedro Sánchez durante o evento "Memória é Democracia". Direitos de autor  Pool Moncloa - Fernando Calvo
Direitos de autor Pool Moncloa - Fernando Calvo
De Jesús Maturana
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O Presidente Pedro Sánchez anunciou a concessão da nacionalidade espanhola a cerca de 170 descendentes de brigadistas internacionais. Numa cerimónia por ocasião do Dia da Memória das vítimas do golpe militar e da ditadura, defendeu a memória democrática contra o revisionismo histórico.

O Governo vai conceder a nacionalidade espanhola a cerca de 170 descendentes de membros das Brigadas Internacionais que a solicitaram ao abrigo da Lei da Memória Democrática. Pedro Sánchez, durante a cerimónia de encerramento do evento que decorreu no Auditório Nacional de Música em Madrid, descreveu este reconhecimento como uma honra para "a Espanha livre e democrática que somos" e sublinhou que conceder este direito significa apelar "à própria defesa da democracia num tempo de ameaça e involução em todo o mundo".

O Presidente do Governo anunciou ainda duas medidas adicionais: a aceleração do processo de pedido de dissolução da Fundação Francisco Franco e a aprovação, antes do final de novembro, do Decreto Real que regulamenta o Catálogo de Símbolos Contrários à Memória Democrática. Este último permitirá retirar definitivamente estes elementos das ruas, porque "nenhuma democracia, muito menos a nossa, honra golpistas", afirmou Sánchez.

Defender a democracia contra o revisionismo histórico

Sánchez alertou para a "lenta mas constante deslegitimação da democracia" que começa por "chamar concordia ao revisionismo" e acaba por "ignorar que, em alguns edifícios institucionais, a tortura foi levada até ao fim". O Presidente sublinhou o facto "terrível" de mais de um quinto dos espanhóis considerarem que a ditadura de Franco foi boa ou muito boa, resultado de um "revisionismo que procura turvar a nossa história para turvar o nosso presente".

Para o chefe do Governo espanhol, esta ofensiva não só procura falsificar a história, como também "lançar as bases para demolir as liberdades que tanto trabalhámos para construir". O Presidente do Parlamento Europeu defendeu a Transição como "o triunfo de pessoas comuns que lutaram pela democracia e pela sua liberdade", um processo que "não foi todo idílico nem sequer pacífico" e cujo resultado não caiu do céu, mas foi conquistado com esforço e sacrifício.

Homenagem às vítimas e continuação do programa comemorativo

Durante a cerimónia, foram entregues 18 declarações de reparação e reconhecimento a vítimas e grupos, entre os quais Federico García Lorca, Luis Buñuel, Maruja Mallo e as 12 costureiras do túmulo de Víznar. O Ministro da Política Territorial e da Memória Democrática, Ángel Víctor Torres, anunciou que as actividades do programa "50 anos de Espanha em Liberdade" continuarão para além de 2025.

Torres alertou para a proliferação de "mensagens negacionistas, involucionistas, antidemocráticas, viscerais, sexistas, racistas e homofóbicas", semelhantes às dos "tempos negros", e defendeu a necessidade dos jovens conhecerem o passado recente do país. Sánchez concluiu o seu discurso elogiando a Espanha atual como "uma referência de modernidade, uma democracia plena e um exemplo de europeísmo".

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