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Delegações dos EUA e Ucrânia registam progressos após conversações de paz em Genebra

O enviado especial dos EUA Steve Witkoff e o secretário de Estado Marco Rubio sentam-se no início das conversações com a delegação da Ucrânia na Missão dos EUA nas ONG em Genebra, 23 de novembro de 2025
O enviado especial dos EUA Steve Witkoff e o secretário de Estado Marco Rubio sentam-se no início das conversações com a delegação da Ucrânia na Missão dos EUA nas ONG em Genebra, 23 de novembro de 2025 Direitos de autor  Martial Trezzini/ KEYSTONE / MARTIAL TREZZINI
Direitos de autor Martial Trezzini/ KEYSTONE / MARTIAL TREZZINI
De Malek Fouda
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Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que as preocupações da Ucrânia foram tidas em conta e serão incorporadas em possíveis alterações à proposta inicial de paz de Trump. Observou que serão necessárias conversações a um nível mais elevado para chegar a acordo sobre um texto final.

As principais autoridades norte-americanas e ucranianas afirmaram ter feito progressos no domingo no sentido de pôr fim à invasão russa da Ucrânia, após conversações de alto nível na cidade suíça de Genebra.

As conversações tinham como objetivo discutir o plano de paz do presidente dos EUA, Donald Trump, para a Ucrânia, que suscitou preocupação entre muitos dos aliados europeus de Washington, que consideraram o plano fortemente conciliatório para Moscovo.

O secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, que liderou a delegação dos EUA em Genebra, afirmou que as conversações foram "muito proveitosas" e constituíram os dias mais produtivos desde há muito tempo.

"Sinto-me muito otimista quanto à possibilidade de se conseguir fazer alguma coisa", afirmou Rubio.

No entanto, o principal diplomata norte-americano não deu muitos pormenores sobre o que seria o avanço das conversações com o seu homólogo ucraniano, referindo que os funcionários de alto nível terão provavelmente de continuar as discussões na segunda-feira e depois.

Também desvalorizou o prazo de quinta-feira fixado por Trump para que Kiev responda à sua proposta, sublinhando que as autoridades querem pôr termo aos combates o mais rapidamente possível.

Delegações dos EUA e da Ucrânia no início das conversações na Missão dos EUA para as Organizações Internacionais em Genebra, Suíça, domingo, 23 de novembro de 2025
Delegações dos EUA e da Ucrânia no início das suas conversações na Missão dos EUA para as Organizações Internacionais em Genebra, Suíça, domingo, 23 de novembro de 2025 Martial Trezzini/ KEYSTONE / MARTIAL TREZZINI

"Este é um momento muito delicado", disse Rubio. "Parte disso é semântica ou linguagem. Outros requerem decisões e consultas de alto nível. Outros, penso eu, precisam apenas de mais tempo para serem trabalhados".

O projeto de 28 pontos elaborado pelos EUA para pôr fim à invasão russa em grande escala da Ucrânia, que dura há quase quatro anos, provocou alarme em Kiev e nas capitais europeias.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, afirmou que o seu país poderá ter de escolher entre defender os seus direitos soberanos e preservar o apoio dos EUA de que tanto depende. Zelenskyy afirmou também que os ucranianos "defenderão sempre" o seu país.

A proposta contempla muitas exigências russas que Zelenskyy rejeitou categoricamente em dezenas de ocasiões, incluindo a cedência de grandes parcelas de território.

Numa declaração divulgada no domingo à noite após as conversações, a Casa Branca disse que a delegação ucraniana "afirmou que todas as suas principais preocupações - garantias de segurança, desenvolvimento económico a longo prazo, proteção de infraestruturas, liberdade de navegação e soberania política - foram completamente abordadas durante a reunião".

Acrescentou ainda que Kiev "manifestou o seu apreço pela abordagem estruturada adoptada para incorporar as suas reações em cada componente do quadro de acordo emergente". A Casa Branca afirmou que as alterações introduzidas na proposta refletem agora "os seus interesses nacionais" e proporcionam "mecanismos credíveis e aplicáveis para salvaguardar a segurança da Ucrânia, tanto a curto como a longo prazo".

Chefe da delegação da Ucrânia, Andriy Yermak, no início das conversações com a delegação dos EUA na Missão dos EUA para as ONG em Genebra, Suíça, domingo, 23 de novembro de 2025
Chefe da delegação da Ucrânia, Andriy Yermak, no início das conversações com a delegação dos EUA na Missão dos EUA para as ONG em Genebra, Suíça, domingo, 23 de novembro de 2025 Martial Trezzini/ KEYSTONE / MARTIAL TREZZINI

Mas a linguagem destes passos positivos só surgiu depois de se terem intensificado as preocupações com o acordo original, aprovado por Trump.

Um grupo bipartidário de senadores norte-americanos afirmou que Rubio lhes disse, no sábado, que o plano tinha tido origem na Rússia e que era, na verdade, uma "lista de desejos" para Moscovo, em vez de um impulso sério para a paz.

O chanceler alemão Friedrich Merz disse que falou com Trump e deixou claro que havia algumas partes do plano com as quais as principais nações europeias podiam concordar, mas outras não.

"Disse-lhe que estamos totalmente de acordo com a Ucrânia, que a soberania deste país não deve ser posta em causa", afirmou Merz numa entrevista a um órgão de comunicação social alemão.

Rubio considerou a proposta dos EUA um "documento vivo" que continuará a ser alterado. Esclareceu ainda que qualquer produto final, quando estiver pronto, terá de ser apresentado a Moscovo: "Obviamente, os russos têm voto na matéria".

Andriy Yermak e Marco Rubio falam com a imprensa enquanto prosseguem as suas consultas na Missão dos EUA para as Organizações Internacionais em Genebra, Suíça, domingo, 23 de novembro de 2025
Andriy Yermak e Marco Rubio falam com a imprensa enquanto as suas consultas continuam na Missão dos EUA para as Organizações Internacionais em Genebra, Suíça, domingo, 23 de novembro de 2025 Martial Trezzini/ KEYSTONE / MARTIAL TREZZINI

A avaliação cor-de-rosa do que foi discutido desafiou o próprio Trump. Antes do início das conversações, o presidente criticou a Ucrânia pela falta de gratidão pela assistência militar dos EUA, evitando criticar a Rússia.

"A 'LIDERANÇA' DA UCRÂNIA EXPRESSOU ZERO GRATIDÃO PELOS NOSSOS ESFORÇOS, E A EUROPA CONTINUA A COMPRAR PETRÓLEO DA RÚSSIA", publicou Trump no Truth Social, na manhã de domingo.

Após a publicação de Trump, Zelenskyy aplaudiu os esforços liderados pelos EUA em matéria de segurança, sublinhando ao mesmo tempo que "o cerne de toda a situação diplomática é que foi a Rússia, e apenas a Rússia, que começou esta guerra".

"A Ucrânia está grata aos Estados Unidos, a todos os corações americanos e, pessoalmente, ao presidente Trump", escreveu Zelenskyy num post no Telegram, acrescentando: "Agradecemos a todos na Europa".

"É importante não esquecer o objetivo principal - parar a guerra da Rússia e impedir que ela se inflame novamente", acrescentou.

Outras fontes • AP

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