A Liga e o Movimento Cinco Estrelas têm até domingo para formar o novo executivo e chegar a consenso sobre a Europa.
O compasso de espera que Itália vive há mais de dois meses terá os dias contados. O presidente Sergio Mattarella quer um governo formado até ao próximo domingo. É, portanto, natural que todo o país esteja a olhar para estes dois homens: Matteo Salvini, líder da Liga, e Luigi Di Maio, dirigente do Movimento Cinco Estrelas, ambos em negociações. E ambos com ideias controversas e eurocéticas, nomeadamente no que respeita aos limites orçamentais impostos por Bruxelas.
O presidente do Parlamento Europeu, o italiano Antonio Tajani, declara que "não faz qualquer sentido falar em afastamento da Europa, assim como não faz qualquer sentido falar em abandonar a moeda europeia. Seria uma decisão masoquista. Acredito que a esmagadora maioria dos italianos defende o seu país e a Europa".
No contrarrelógio para evitar novas eleições, e após a aparente cedência de Silvio Berlucosni, o Cinco Estrelas deixa de insistir na ideia de convocar um referendo sobre a permanência de Itália na zona euro. Mas a Liga - relembre-se que até há pouco este partido de extrema-direita era conhecido como a Liga do Norte - pretende mesmo o abandono da moeda única assim que possível.
Outro dossiê premente e polémico será o das políticas de imigração, sendo que o líder do próximo governo poderá não ser nem Salvini, nem Di Maio, mas sim um compromisso entre partidos que pareciam incompatíveis.