Entendimento fica adiado para a próxima cimeira, se possível física, em julho.
Sem surpresas, a cimeira virtual de chefes de Estado e de Governo da União Europeia terminou como começou: sem um acordo nas negociações sobre o plano de recuperação económica do bloco comunitário.
Consenso só mesmo no reconhecimento da necessidade de uma resposta à altura de um desafio tão grande como a pandemia de Covid-19.
"Os líderes europeus concordaram, de forma unânime, que a severidade desta crise justifica uma resposta comum ambiciosa. Uma resposta que combine solidariedade, investimento e reformas. Também fiquei satisfeita por ouvir muitos líderes enfatizar que precisamos de fazer tudo ao nosso alcance para alcançar um acordo no Conselho Europeu anterior à pausa de verão", sublinhou, em conferência de imprensa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Apesar de algum otimismo que possa transparecer está claro que persistem grandes diferenças entre os Estados-membros.
"Há um consenso emergente, o que é bastante positivo, mas ao mesmo tempo não subestimamos as dificuldades", referiu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
De um lado estão os chamados países frugais, como a Áustria, Dinamarca, Suécia e Países Baixos, que insistem que é necessário discutir em que é que se gastará o dinheiro, de que forma será distribuído e a que condições é que a ajuda está associada. Do outro, há um conjunto mais vasto de Estados-membros intitulados "amigos da coesão", onde se insere Portugal ou Itália.
No Twitter, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, falou em "progressos." Até porque há um sinal positivo. Como referiu Angela Merkel, ninguém colocou em causa o princípio da divida partilhada.
A espera por um entendimento fica, agora, adiada até meados de julho, data da próxima cimeira.