Empresas procuram competências tecnológicas e Portugal não é exceção

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De  Fanny Gauret
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Em toda a Europa, as empresas enfrentam uma escassez de competências digitais e tecnológicas. Em Portugal, o setor da metalurgia procura mão de obra qualificada.

Em toda a Europa, as empresas enfrentam uma escassez de mão de obra sobretudo nas áreas digitais e tecnológicas. Com a transição digital e ecológica, a procura de competências especializadas é mais forte do que nunca.

A euronews falou com o diretor de uma agência de marketing digital, em Ljubljana, na Eslovénia.

“Tentamos encontrar perfis diferentes, desde o design, ao marketing de desempenho, aos criadores de software e aos designers séniores. Mas é preciso ter muita auto-motivação e seguir vários cursos para chegar ao nível sénior e realizar os serviços que fornecemos. Penso que a concorrência neste momento não é apenas entre as empresas da Eslovénia, é uma concorrência europeia e mundial. As pessoas conseguem obter melhores salários no estrangeiro. Este é um dos principais problemas”, disse à euronews Rok Zajc, diretor executivo do Bold Group.

As pessoas conseguem obter melhores salários no estrangeiro. Este é um dos principais problemas.
Rok Zajc, diretor executivo do Bold Group, Eslovénia

Eslovénia aposta na formação das mulheres na área digital

Formar mais mulheres na área digital e tecnológica é uma das prioridades da Eslovénia.

A euronews esteve na Faculdade de Engenharia de Liubliana para falar com a Ministra da Transformação Digital da Eslovénia, Emilija Stojmenova Duh.

“Apenas 17% dos especialistas em TIC são mulheres. Por isso, talvez o meu projeto preferido seja o projeto digital centrado na qualificação e na melhoria das competências das mulheres jovens. Estávamos a colaborar com a indústria para ajudá-la a obter a mão de obra certa", disse a responsável.

“Estamos a adaptar o sistema educativo. Não se trata apenas da Eslovénia, ou da Europa, é uma questão mundial porque a tecnologia mudou completamente. É um fenómeno de longo prazo. Os governos devem requalificar a força de trabalho, para garantir que as pessoas adquiram as competências necessárias. No último ano, cerca de 30 mil cidadãos puderam frequentar cursos gratuitos. Para a Eslovénia, com uma população de 2 milhões de habitantes, é um número elevado. As novas tecnologias, como a inteligência artificial, estão a mudar completamente as nossas vidas. A forma como trabalhamos e a educação. Isso veio para ficar. E temos de nos adaptar. Quanto mais cedo nos adaptarmos melhor”, frisou Emilija Stojmenova Duh.

Bruxelas diz que é preciso formar 11 milhões de trabalhadores

A União Europeia quer chegar aos 20 milhões de profissionais das Tecnologias de Informação e Comunicação até 2030. Para atingir o objetivo faltam 11 milhões de trabalhadores.

A Ministra da Transformação Digital da Eslovénia diz que a digitalização afeta todos os setores.

"Estamos conscientes de que as competências digitais não são necessárias apenas para o setor das TIC, são necessárias em todos os setores. A colaboração entre organizações públicas e privadas é muito importante. As empresas devem fazer parte deste processo e investir na força de trabalho. E as pessoas devem estar conscientes de que, após terminarem o ensino secundário, não é suficiente tirar um curso na faculdade. O mundo está a mudar. É preciso adquirir novas competências. É uma aprendizagem ao longo da vida, algo que devemos realmente considerar”, sublinhou Emilija Stojmenova Duh.

Portugal: o impacto da robótica e da digitalização no setor da metalurgia

A euronews esteve em Portugal para visitar uma empresa especializada em metalurgia, um setor com grande necessidade de competências técnicas. Os operadores de máquinas para a metalurgia estão entre as profissões mais procuradas na União Europeia, ao lado dos trabalhadores da construção civil, dos profissionais de saúde, dos camionistas, dos cozinheiros e dos programadores de software.

A digitalização e a robótica transformaram o setor

“Uma das maiores dificuldades no nosso setor é encontrar pessoas com qualificações nesta área, cada vez mais as pessoas acabam por preferir outro tipo de atividade. É uma ideia do passado, que é um setor muito pesado, no sentido de exigir muito esforço no trabalho”, disse à euronews Nuno Teixeira, diretor do grupo Alsil.

“Cada vez mais são necessários conhecimentos técnicos em áreas diferentes, como a informática, que juntamos depois à área da própria maquinação, em que as peças são cada vez mais complicadas”, explicou o responsável.

Oportunidades de carreira e conciliar vida profissional e familiar

Para reter talentos a empresa portuguesa propõe oportunidades de carreira e medidas para favorecer a articulação entre vida profissional e vida familiar.

“Se querem cativar pessoas, as empresas tem que dar oportunidade para que elas possam evoluir, possam ter o seu crescimento também profissional e conciliar com toda a sua vida particular”, sublinhou Nuno Teixeira.

A euronews falou com dois operadores de máquinas que começaram uma nova carreira no setor após um ano e meio de formação profissional.

"É uma área desafiante"

“Eu venho de uma área completamente diferente. Não conhecia bem esta área quando acabei a formação. Adorei isto. Acho que estou bem. É para continuar. Esta é a minha profissão”, afirmou Eduardo Santos, Técnico de Programação e Operação CNC.

“É uma área muito desafiante, em que todos os dias aparecem coisas novas e exigentes e, portanto, é algo que me está a cativar bastante, esta área tem um futuro promissor”, disse Rui Miguel Pinheiro Leal, Técnico de Programação e Operação CNC.

Os dois trabalhadores fizeram uma formação no CENFIM, um centro de formação público e privado apoiado pelo Fundo Social Europeu Mais.

As exportações portuguesas no setor da metalurgia e da metalomecânica ascendem a cerca de 23 mil milhões de euros por ano, de acordo com os dados da Associação Dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos E Afins De Portugal (AIMMAP).

“Ao nível do emprego, o setor representa cerca de 230 mil postos de trabalho que têm vindo a evoluir não só para se adaptarem às novas tecnologias, mas sobretudo para responder à obra, caso que isso exige”, afirmou Manuel Pinheiro Grilo, diretor do CENFIM.

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