O preço da habitação gratuita aumenta 12,1% e atinge máximos históricos. Embora o mercado preveja novos aumentos em 2026, apenas alguns municípios do interior e do sul mantêm os preços abaixo dos 55.000 euros.
Na ausência de dados finais de fim de ano, o mercado imobiliário continua a apertar. No terceiro trimestre, o preço da habitação livre acelerou a sua subida para 12,1% em termos anuais e situou-se em 2.153,4 euros por metro quadrado, o nível mais elevado desde o início dos registos em 1995. Todas as comunidades autónomas e todas as capitais de província juntaram-se a esta subida generalizada dos preços, com mais de metade delas a crescer já a dois dígitos.
As perspetivas para 2026 não apontam para uma alteração significativa desta tendência. Segundo os analistas, as vendas e as compras continuarão a aumentar, impulsionadas por uma procura que continua a ser muito superior à oferta.
A escassez de habitações disponíveis manterá elevada a concorrência entre os compradores e exercerá ainda mais pressão sobre os preços, que deverão voltar a atingir novos máximos, embora com aumentos mais moderados do que no ano passado.
Neste contexto, comprar uma casa a preços acessíveis tornou-se uma exceção geográfica. De acordo com um estudo do Idealista, os 20 municípios mais baratos de Espanha, onde uma casa de 100 metros quadrados custa menos de 55 mil euros, concentram-se em Castela-La Mancha, Andaluzia, Extremadura, Galiza e Múrcia.
Os preços mais baixos do país situam-se na província de Ciudad Real. Almadén lidera a lista, com uma média de 335 euros por metro quadrado, seguida de Almodóvar del Campo (427 euros) e Socuéllamos (460 euros). Fora de Castilla-La Mancha, destacam-se Leiro (Ourense), com 478 euros, e Villacañas (Toledo), com 479 euros.
Também abaixo dos 50 mil euros para uma casa típica estão Argamasilla de Alba (Ciudad Real), Miajadas (Cáceres), Villanueva del Arzobispo (Jaén), Arroyo de la Luz (Cáceres) e El Carpio (Córdoba), todos com preços em torno de 490 euros por metro quadrado.
A partir daí, embora ainda em níveis baixos, os preços ultrapassam agora o limiar dos 50 mil euros. É o caso de Vélez Blanco (Almería), Arbo (Pontevedra), Corral de Almaguer (Toledo), Moriles (Córdoba) e La Solana (Ciudad Real), entre outros municípios do interior e zonas rurais.
No resto das comunidades, os enclaves mais acessíveis registam uma clara tendência de subida.
Ayora (Valência), Villablino (León), Tineo (Astúrias) e Caspe (Saragoça) movimentam entre 570 e 720 euros por metro quadrado. Nas comunidades com mercados mais pressionados, os preços considerados "baratos" aproximam-se ou ultrapassam os 100 mil euros por imóvel de 100 metros quadrados, como é o caso de Cadalso de los Vidrios (Madrid), Corella (Navarra) ou Gáldar (Canárias).
Assim, enquanto o preço da habitação continua a aumentar no conjunto do país, o acesso a casas verdadeiramente económicas está cada vez mais limitado aos pequenos municípios do interior, longe dos grandes centros económicos e urbanos.