Kaufmann o herói trágico de Puccini

Em parceria com
Kaufmann o herói trágico de Puccini
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

É considerado um dos tenores mais versáteis do nosso tempo e acrescenta agora mais um papel ao seu repertório:

Jonas Kaufmann estreia-se como Renato Des Grieux em “Manon Lescaut”, de Puccini: “Este papel é muito bonito e creio que o vou interpretar muitas vezes no futuro. Isto significa o início de uma grande amizade e paixão por esta ópera.”

Plácido Domingo fazia o papel de Des Grieux há anos – agora Kaufmann segue-lhe as pisadas. Pela primeira vez em 30 anos a peça é apresentada na Royal Opera House. Foi inspirada no romance de Abbé Prévost.

O editor de Puccini tentou impedi-lo que adaptasse a história, porque Massenet já havia criado uma ópera de sucesso baseada nesse romance. Puccini insistiu e esta versão, lançada em 1893, transportou-o para a fama mundial.

Pata Antonio Pappano, diretor musical da Royal Opera House: “Manon Lescaut é um trabalho muito, muito especial, é onde as comportas se abrem… O seu talento, subitamente, encontrou um foco. A história certa, o projeto certo e as personagens certas para ele.”

A obra-prima é considerada como a ópera mais wagneriana de Puccini. “Encontra-se um pouco de tudo nesta ópera. É possível ouvir um pouco de Verdi, mas também de Meistersinger”, diz Jonas Kaufmann.

Antonio Pappano acrescenta: “Puccini foi para Bayreuth e ouviu a música de Wagner. Ficou completamente estarrecido. De alguma forma Wagner era o caminho. Orquestramente falando, é possível ouvir isto em toda a Manon Lescaut, algo bonito e incrivelmente rico.”

A ópera, encenada por Jonathan Kent, conta a história de amor entre o cavalheiro pobre Renato Des Grieux e Manon que está dividida entre o amor e o dinheiro. Kaufmann explica: “Ele não consegue deixar essa mulher, é uma paixão. É quase uma obsessão que ele tem por ela. Caso contrário, não há explicação para ele agir desta forma, fica com ela nos bons e nos maus momentos, mesmo quando ela o continua a desiludir. Fica sempre ao seu lado. “‘Fango, nel fango sono”. “Eu sou o lixo no chão, não quero dizer mais do que isto. O que vai acontecer no futuro? O que me vais fazer a seguir?” Ele está perfeitamente ciente que esta mulher é um desastre para ele e mesmo assim ele segue-a. Para Des Grieux o amor é uma promessa apaixonada, que se guarda no coração até morrer.”

Interview Bonus: Jonas Kaufmann & Antonio Pappano

A new Manon Lescaut by Puccini

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Talentoso jovem maestro ganha Prémio Herbert von Karajan

Prémio Herbert von Karajan para Jovens Maestros: uma experiência emocionante

"Champion", a vida do pugilista Emile Griffith numa ópera-jazz