Durante cinco dias, a cidade francesa de Lyon é palco do festival de música eletrónica "Nuits Sonores" que começou esta quarta-feira. Duzentos e
Durante cinco dias, a cidade francesa de Lyon é palco do festival de música eletrónica "Nuits Sonores" que começou esta quarta-feira. Duzentos e cinquenta artistas de 22 nacionalidades foram convidados para a 13a edição.
No total, cinquenta espaços da cidade associam-se à iniciativa, com os palcos principais instalados num antigo mercado municipal e numa antiga fábrica de açúcar.
“Voices from the Lake” foi um dos destaques da primeira noite. O duo composto pelos dj’s italianos Donato Dozzy e Neel levou ao palco variações de techno e dub. “Gosto de todos os tipos de música. No meu trabalho com o Donato, ou a solo, faço techno, house, ‘ambient’ “, explica Neel, acrescentando ouvir “música dos anos 70, desde o ‘proto-punk’ à música psicadélica, Krautrock e techno”.
Halawella foi outro dos destaques da primeira noite. O grupo nasceu da parceria entre a cantora egípcia Maryam Saleh e aquele que é considerado o “padrinho” da música underground libanesa, Zeid Hamdan – que fundou o grupo de trip-hop Soap Kills no final dos anos 90. Aos dois junta-se o guitarrista Marc Codsi. O resultado é a fusão experimental de música de intervenção egípcia dos anos 70, com o repertório árabe clássico, hip-hop e eletrónica.
A primeira demo de Halawella foi lançada em 2011 e chamava-se “Watan el Ak” (“Nação do Caos”), falando sobre o estado das coisas na era pós-Mubarak.
“Quando estamos a escrever as nossas músicas, não temos em mente um estilo muito preciso. Podemos dizer que fazemos uma pop moderna. Quanto aos temas, a maior parte tem uma componente crítica sobre o sistema político, brincamos com a política como se fosse uma comédia negra”, explicou Maryam Saleh.
O festival pretende ser uma alternativa aos circuitos comerciais e um espaço de descoberta de novas tendências e novas caras.
Além das noites de música eletrónica, os dias são marcados por exposições e debates em galerias de arte ou locais públicos. Para os mais pequenos, há também um mini festival com música e atividades lúdicas.
“Nuits Sonores não é apenas um festival eletrónico, há uma boa parte da programação que se alarga a outros territórios. Tentamos estar na vanguarda do que se faz em termos criativos. É muito importante cultivar o aspeto independente dos artistas que apresentamos”, descreveu Violaine Didier, diretora de programação do festival.
Este ano, “Nuits Sonores” homenageia a capital polaca, Varsóvia, apresentada como a nova Berlim devido à efervescência cultural. A cidade atrai cada vez mais artistas que improvisam palcos na rua, num barco, num museu ou num parque.
O festival escolheu cerca de trinta músicos, 12 artistas gráficos e dois pintores que participam no forum European Lab sobre as perspetivas das novas formas culturais.
Entre eles, a Warszawska Orkiestra Rozrywkowa, uma orquestra híbrida, entre jazz e rock.
“Varsóvia é um desejo que tínhamos de ir para o leste. Deparámo-nos com uma cidade com imenso mistério, uma cultura alternativa muito intensa e underground. Nós gostamos de explorar na secção Carta Branca e fazer descobrir artistas que não estão em mais lado nenhum”, acrescentou Violaine Didier.
O festival “Nuits Sonores” reúne, todos os anos, mais de cem mil espetadores. Para ver e ouvir até 17 de maio na cidade francesa de Lyon.