Quando se fala em ballet na altura do Natal costuma falar-se no “Quebra-Nozes”. A obra de Tchaikovsky continua a resistir ao tempo, como comprovámos no Teatro San Carlo, em Nápoles.
Se Nápoles é conhecida pelos tesouros históricos que possui, vamos falar num que surge no topo dessa lista: trata-se da mais antiga ópera da Europa, o Teatro San Carlo. Durante o período de Natal, este mítico palco não fugiu àquela que se tornou numa tradição nesta altura: a encenação de O Quebra-Nozes de Tchaikovsky, um bailado estreado em São Petersburgo, em dezembro de 1892, e coreografado originalmente por Lev Ivanov e Marius Petipa. O Musica foi conhecer os bailarinos que protagonizam agora esta fábula onírica e que começaram por nos dar uma abordagem particularmente descontraída.
Alessandro Macario:“Eu sou o clássico príncipe e ela é a Fada do Açúcar…”
Anbeta Toromani:“É uma criatura delicada, etérea… doce, mas não demasiado. É elegante.”
Alessandro Macario:“O príncipe tem um reino. É alto, distinto. Tem um cavalo, que eu por acaso não tenho…”
Anbeta Toromani:“Louro, de olhos azuis…”
Alessandro Macario:“O típico príncipe napolitano…” (risos).
Num registo mais sério, Anbeta Toromani explicou-nos também que “o ‘pas de deux’ do Quebra-Nozes, e toda a composição, têm uma dimensão musical que torna possível coisas incríveis ao nível da dança. É um sonho para os bailarinos. (…) Todos aqueles que amam o ballet, amam-no sinceramente. Quando nos apaixonamos, é difícil parar, mesmo que alguém nos diga que não vai ter futuro. É por isso que é tão bonito. Quando nos apaixonamos loucamente, esquecemos todos os sacríficios que fazemos. A verdade é que o ballet nos faz sonhar, mais do que qualquer outra coisa.”