Uma exposição em Budapeste presta homenagem a Victor Vasarely, considerado como o pai da Op Art, a chamada arte ótica. O artista húngaro viveu e
Uma exposição em Budapeste presta homenagem a Victor Vasarely, considerado como o pai da Op Art, a chamada arte ótica.
O artista húngaro viveu e trabalhou em França, a partir dos anos 30 do século XX, e tornou-se muito popular na Hungria, apesar de o regime comunista rejeitar a arte abstrata.
“Ele era um trabalhador incansável e graças a esse trabalhou criou uma técnica que lhe permitia desenhar mais depressa e imaginar várias coisas. Muitas das obras foram realizadas a partir de colagens que lhe davam uma ideia do que seria a versão da obra em pintura. Com um pouco de cola e quadrados em cartão, ele conseguia ter uma ideia do que seria a obra final. A técnica foi elaborada com a ajuda dos seus colaboradores”, contou Pierre Vasarely, neto do artista.
A exposição é organizada pelo Instituto Francês de Budapeste.
“As minhas obras preferidas são as obras a preto e branco porque sentimos a influência de movimentos que eu aprecio, como os movimentos construtivistas e abstratos dos anos 30”, afirmou Hervé Ferrage, diretor do Instituto Francês de Budapeste.
Em 1969, o regime comunista húngaro autorizou Vasarely a mostrar as obras em Budapeste. Nessa altura, a arte abstrata era mal vista mas o regime tolerava as obras de Vasarely porque elas eram extremamente populares.
“Depois da exposição de 1969, quase todos os intelectuais húngaros decoravam os apartamentos com o cartaz da exposição de Vasarely. Muitas pessoas compravam cortinas e carpetes com os motivos que ele criou. Podemos dizer que na Hungria o sonho de Vasarely tornou-se realidade. Refiro-me às ideias de democracia na arte e à casa como espaço artístico”, explicou Márton Orosz, curador da exposição.
Vasarely era também um bom gestor e encontrou financiamento para criar museus em várias cidades do mundo.
“As obras de arte de Vasarely podem ser vistas fora dos museus. Por exemplo, esta obra feita em cimento e fabricada em Marrocos encontra-se presente em muitas casas, nas cozinhas e casas-de-banho.
Vasarely sonhava com a ideia de criar ‘cidades coloridas’ onde as pessoas pudessem viver em obras de arte”, contou Gábor Ács, correspondente da Euronews em Budapeste.
A exposição pode ser visitada até 18 de junho.