"Boy from Heaven" é prémio de melhor argumento em Cannes

 Tarik Saleh
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De  Frédéric Ponsard
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Entrevista com Tarik Saleh, autor desta obra sobre os meandros do Islão que chega aos ecrãs europeus no outono.

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Além de Ruben Östlund, vencedor de uma segunda palma de ouro com "Triangle of Sadness", outro sueco, desta vez Tarik Saleh, um cineasta e artista plástoco com raízes no Egito, saiu também de Cannes com um prémio importante, o de melhor argumento, pelo filme "Boy from Heaven" (O rapaz do céu).

A história é uma intriga sobre os meandros da religião islâmica e passa-se nos corredores da Universidade Al-Ahzar do Cairo, a mais antiga do mundo e uma das principais instituições do islão. É uma coprodução entre França, Suécia e Marrocos. Para o realizador, a nacionalidade é o menos importante.

"'A batalha de Argel' (1966) está entre os meus três filmes preferidos. A nacionalidade do realizador (Gillo Pontecorvo, italiano) não interessa, porque é um filme que conta a verdade e isso é o mais importante. Nós, enquanto contadores de histórias, contamos uma verdade emotiva, temos de contar uma verdade que sobreviva ao tempo. É essa a grande diferença em relação às notícias ou à política. Aí, o que é verdade hoje, amanhã é uma piada", diz o cineasta.

Enquanto contadores de histórias, temos de contar uma história que sobreviva ao tempo.
Tarik Saleh
Realizador

No filme, o espetador mergulha no universo do Islão sunita e das várias correntes contraditórias dentro dele, incluindo o fundamentalismo. O cineasta espera que o filme ajude o público europeu a ver o Islão de outra forma.

"O filme é universal. No caso dos europeus, podem entrar na pele de um muçulmano, alguém de quem provavelmente têm medo. Andam por aí, rezam, olham, sentem esperança e medo e lutam pela sobrevivência. Isso é bom. Precisamos de partilhar experiências", acrescenta Saleh.

Tarik Saleh dedicou este prémio a todos os jovens realizadores no Egito que lutam para poderem contar as suas histórias. Depois desta recompensa em Cannes, "Boy from Heaven" chega aos ecrãs da Europa neste outono.

Nome do jornalista • Ricardo Figueira

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