De Lima para Salzburgo e para o mundo

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De  Katharina Rabillon
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São uma orquestra composta por jovens do Peru, muitos deles em situação de dificuldades, com uma oportunidade de brilhar no Festival de Salzburgo.

Estes jovens músicos são oriundos de um meio socialmente desfavorecido. Fazem parte de um programa visionário de educação musical no Peru - criado pelo tenor de renome mundial Juan Diego Flórez: "Sozinhos podem fazer coisas, mas juntos podem conquistar o mundo", diz o tenor.

Sozinhos podem fazer coisas, mas juntos podem conquistar o mundo.
Juan Diego Flórez
Tenor e fundador da orquestra "Sinfonía por el Perú"

Diana Espinoza vive num dos bairros perigosos de Lima. A jovem de 18 anos é membro da "Sinfonía por el Perú". Este programa oferece aulas de música gratuitas a milhares de crianças em todo o país. Depois de praticar um número incontável de horas, o trabalho árduo de Diana compensou.

É um programa versátil e desafiante que Diana e a orquestra irão apresentar no Festival de Salzburgo. Um sonho tornado realidade para Diana e os outros jovens músicos.

Na orquestra jovem "Sinfonía por el Perú" só os músicos mais talentosos das várias escolas de música podem atuar juntos. São os embaixadores de todo o projeto e as expectativas são altas.

"Estou muito entusiasmada. Assumir este desafio é uma grande responsabilidade com os outros membros da orquestra. Sei que nos vamos sair muito bem", diz Diana.

"Claro que também estou nervoso, por ter a "Sinfonía por el Perú" como orquestra, a minha orquestra, atrás de mim. Deixa-me entusiasmado e um pouco nervoso. Mas devo dizer que quando cheguei a Salzburgo e ensaiei com eles, tudo isso passou. Tenho a certeza de que eles serão ótimos", diz Flórez.

Para o maestro espanhol Roberto González-Monjas o encontro está a ser igualmente inspirador:"Eles são muito claros sobre o que têm de fazer. São disciplinados e sabem exatamente como fazer e o que fazer. A excelência a que aspiram e o nível que trazem, o orgulho que têm em fazer música, é o que penso que todos nós devemos procurar aprender", diz.

Música ajuda a superar os desafios

No meio da intensa agenda de ensaios, os músicos também têm a oportunidade de descobrir a bela paisagem rural da Áustria.

Muitos dos estudantes vêm de meios difíceis, mas a "Sinfonía por el Perú" ajudou-os a superar os desafios que enfrentaram.

Nicole Revoredo, contrabaixista, diz: "O facto é que tenho muitos problemas e não sou a única, mas como todos os meus pares, podemos desabafar através da bela arte da música. Só o facto de estar aqui na Áustria é um sonho tornado realidade, não só para mim".

Diz Diana: "Sinfonía por el Perú transformou a minha vida em todas as áreas, especialmente a nível pessoal, porque me deu muito mais auto-confiança e também me deu uma carreira. Agora sei que me quero dedicar a 100% à música".

A "Sinfonía por el Perú" transformou a minha vida em todas as áreas
Diana Espinoza
Flautista

"O que une os latino-americanos é a música popular. Tocamos música onde quer que vamos: quando tomamos banho, quando comemos, quando estamos a conduzir. Sem música, penso que não seríamos como somos“, acrescenta a jovem flautista.

A contagem decrescente está em curso e para Juan Diego Flórez é importante que a orquestra mostre o seu espírito e ritmo.

"Eles trazem algo que não se pode ouvir noutras orquestras, que é a energia, a forma de tocarem todos juntos, de movimentarem tudo - a música peruana e a música clássica. Tornam tudo diferente”, diz o tenor.

O dia do concerto

Chegou o momento da verdade: Quase 80 jovens músicos do Peru estão prestes a ocupar o lugar central no icónico Festival de Salzburgo.

"Quero dar-lhes uma nova visão musical porque viemos de outro continente. Quero que eles experimentem novas emoções, porque também estamos a tocar música latina, não apenas clássica", diz Diana. "O nosso grupo, toda a orquestra tem estado bastante nervosa, mas pouco a pouco temos ultrapassado os nossos nervos", acrescenta.

Diz Juan Diego Flórez: "Eles trazem o seu espírito, o seu entusiasmo, o seu otimismo e a sua mensagem. A mensagem de que, para eles, a música estava a mudar a vida e eles querem mudar o mundo com a música. Os sonhos são o que nos leva aos céus e os meus sonhos nunca param. Portanto, o meu principal sonho, claro, é poder ter impacto em mais pessoas no Peru e eu gostaria de chegar a um milhão de crianças".

Nome do jornalista • Ricardo Figueira

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