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Área ardida antes dos incêndios da última semana era já três vezes superior a 2024

Uma floresta queimada numa estrada perto de Castro Daire, uma das zonas do norte de Portugal mais atingidas pelos incêndios florestais de setembro de 2024
Uma floresta queimada numa estrada perto de Castro Daire, uma das zonas do norte de Portugal mais atingidas pelos incêndios florestais de setembro de 2024 Direitos de autor  Bruno Fonseca/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Bruno Fonseca/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De Joana Mourão Carvalho
Publicado a Últimas notícias
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Até 15 de julho, mais de três mil fogos queimaram um total de 10.768 hectares, em Portugal, três vezes mais do que no mesmo período do ano passado. E estes números ainda não contabilizam os incêndios desta semana.

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Desde o início do ano até 15 de julho de 2025, um total de 3370 incêndios rurais resultaram em 10 768 hectares de área ardida em Portugal, de acordo com os dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Este número é três vezes superior ao registado no mesmo período em 2024, semestre em que arderam 3.462 hectares.

São as zonas de mato que mais ardem (4 736 ha), seguidos de povoamentos (3 762 ha) e áreas agrícolas (2 271 ha).

Comparando os valores do ano de 2025 com o histórico dos 10 anos anteriores, o ICNF assinala que se registaram menos 36% de incêndios rurais e menos 46% de área ardida relativamente à média anual nesse período.

O ano de 2025 apresenta, até ao dia 15 de julho, o 4.º valor mais reduzido em número de incêndios e o 5.º valor mais elevado de área ardida, desde 2015.

No entanto, apesar de uma tendência sustentada de diminuição do número de incêndios após 2017, o instituto destaca que estes incêndios têm sido mais agressivos, com mais de metade a serem considerados de grandes dimensões, ou seja, com área ardida superior a 100 hectares.

Segundo o relatório, registaram-se 22 incêndios de grandes dimensões, que resultaram em 6.112 hectares de área ardida, cerca de 57% do total da área ardida.

Quanto às causas, foram investigados (com processo de averiguação concluído) 2.374 incêndios rurais, do total de 3.370 que ocorreram, sendo que as causas mais frequentes em 2025 são incêndios causados por incendiários (24%), queimadas extensivas de sobrantes florestais ou agrícolas (13%) e queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (11%).

O distrito mais afetado, no que concerne à área ardida, é Évora com 2438 hectares, cerca de 23% da área total ardida, seguido de Beja com 2058 hectares (19% do total) e de Viana do Castelo com 1522 hectares (14% do total).

O mês de junho é aquele que apresenta maior número de incêndios rurais, com um total de 1251 incêndios, o que corresponde a 37% do número total registado no ano. No que respeita à área ardida, até à data, o mês de junho é também o mês que apresenta maior área ardida no corrente ano, com um total de 3367 hectares, o que corresponde a 31% do total de área ardida registado no ano.

Estes dados ainda não incluem os grandes incêndios desta semana, como o de Arouca, que já destruiu mais de cinco mil hectares, segundo a autarquia.

Imagens satélite da área ardida no incêndio em Arouca
Imagens satélite da área ardida no incêndio em Arouca Copernicus

Também em Ponte da Barca o fogo continua ativo e já consumiu cerca de seis mil hectares do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). O incêndio começou no sábado à noite em Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, e alastrou na quarta-feira ao concelho de Terras de Bouro, no distrito de Braga. O presidenta da autarquia Augusto Marinho referiu em declarações à Lusa que "a principal preocupação é deter o fogo antes de chegar às aldeias de Sobredo e Lourido".

Imagens satélite da área ardida no incêndio em Ponte da Barca
Imagens satélite da área ardida no incêndio em Ponte da Barca Copernicus

Em apenas cinco dias, a área ardida pode já rondar os 30 mil hectares segundo os últimos dados do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SGIF), após os incêndios da última semana.

GNR retira habitantes de aldeia de Penafiel

De acordo com a informação partilhada no site da Proteção Civil, estavam ao início da noite desta quinta-feira 3.233 operacionais mobilizados para o combate às chamas, apoiados por 1.100 meios terrestres e 21 meios aéreos.

Há seis incêndios classificados pela Proteção Civil como ocorrências significativas, nos concelhos de Ponte da Barca, Paredes, Cinfães, Viseu,  Gôndomar e Arouca.

Nesta altura, o incêndio que mobiliza mais meios é o de Ponte da Barca, que está a ser combatido por 689 operacionais, munidos de 221 meios terrestres e nove meios aéreos.

O incêndio rural que deflagrou na terça-feira em Nisa, distrito de Portalegre, foi dominado na quarta-feira e entrou esta tarde em fase de conclusão.

Já o fogo  que começou em Penafiel, passou para o concelho de Gondomar, agora com três frentes, e está a cercar a aldeia de Canelas, tendo a GNR já começado a retirar os residentes do local.

Polícia Judiciária já deteve 26 suspeitos de fogo posto

De acordo com informação avançada esta quinta-feira pelo Diário de Notícias (DN), a Polícia Judiciária já deteve 26 suspeitos de fogo posto desde o início do ano, sendo que estas detenções dizem apenas respeito apenas aos casos de conduta criminal.

Em comparação, no mesmo período de incêndios em 2024, foram detidos 20, o que representa um aumento das detenções.

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