Transnístria chama pela Rússia

Transnístria chama pela Rússia
De  Euronews
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A Transnístria não é reconhecida, mas pretende juntar-se à Rússia. Juridicamente faz parte da Moldávia e na realidade é uma entidade separatista, seguindo as suas próprias regras, há mais de duas décadas. Numa população com apenas meio milhão de habitantes, cerca de 200 mil têm um passaporte russo, entre eles: Sergey… A quem perguntámos se quer que a Transnístria se junte à Moldávia ou à Federação Russa: “Pessoalmente, prefiro estar com a Rússia, porque me sinto mais próximo da Rússia, nasci na Rússia e falo russo.”

“O nosso futuro é com a Rússia” é a mensagem escrita nos transportes públicos que circulam em Tiraspol. Aqui, a maior parte das pessoas expressa a vontade que a Transnístria se junte à Rússia, embora não exista uma fronteira comum…

“A melhor solução é a união com a Rússia e não é apenas a minha opinião pessoal, todas as mulheres em Tiraspol e por toda a Transnístria pensam da mesma forma”, afirma Ludmila residente em Tiraspol. “Claro, quero que a Transnístria se junte à Rússia … Porque muitos cidadãos vão para a Rússia trabalhar, para que possamos ganhar a vida. A Rússia dá-nos trabalho e alimenta as nossas famílias… A Moldávia não nos dá nada”.

Centenas de pessoas morreram na guerra em 1992, antes da intervenção das tropas russas. Pelo menos 1200 soldados russos continuaram lá até hoje. Fomos até Grigoriopol… Alexey, um engenheiro reformado, mostrou-nos a fábrica de conservas encerrada. Durante o verão, trabalhavam ali cerca de 3 mil pessoas. Mas sair da Moldávia provocou um corte profundo nas relações económicas: “Muitos dos trabalhadores desempregados foram para o estrangeiro: Itália, Roménia, alguns até mesmo para os EUA e para Portugal… Mas a maior parte foi para a Rússia ou para a Ucrânia, porque muitos têm família lá.”

Cerca de 50 mil pessoas trabalham fora e enviam o dinheiro para casa. A região precisa urgentemente de investidores, mas quem quer colocar dinheiro num Estado separatista não reconhecido? “O encerramento da fábrica é uma tragédia, é muito doloroso. É uma tragédia que o conflito militar tenha destruído a economia deste país, derrubando também esta empresa …”, acrescenta Alexey Mocreac.

Alexey convida-nos até sua casa, a família tenta ser autossustentável. Durante o conflito militar lutou contra os separatistas e pela integridade territorial da Moldávia. O seu sonho é a Europa e não a Rússia: “Quero ver os meus netos livres e a circularem livremente, como acontecia nos séculos passados, espero que os aceitem neste espaço europeu…”

De volta a Tiraspol encontrámos o presidente do Parlamento, Mikhail Burla. Insistiu numa resolução do Parlamento apelando a que a Rússia e as Nações Unidas reconheçam a Transnístria. Depois pretende que a Rússia anexe o país, o que alteraria as fronteiras: “Acreditamos que a vontade do povo é o elemento mais importante. A vontade do povo prevalece sobre o princípio da integridade das fronteiras, que foi proclamado em Helsínquia em 1975… Mas eu insisto: o nosso desejo (de união à Rússia) deve ser ser alcançado somente de forma pacífica, com instrumentos pacíficos. Não queremos qualquer tipo de violência.”

Existe uma “identidade da Transnístria chama pela Rússia

A Transnístria não é reconhecida, mas pretende juntar-se à Rússia. Juridicamente faz parte da Moldávia e na realidade é uma entidade separatista, seguindo as suas próprias regras, há mais de duas décadas.Numa população com apenas meio milhão de habitantes, cerca de 200 mil têm um passaporte russo, entre eles: Sergey… A quem perguntámos se quer que a Transnístria se junte à Moldávia ou à Federação Russa: “Pessoalmente, prefiro estar com a Rússia, porque me sinto mais próximo da Rússia, nasci na Rússia e falo russo.”

“O nosso futuro é com a Rússia” é a mendagem escrita nos transportes públicos que circulam em Tiraspol. Aqui, a maior parte das pessoas expressa a vontade que a Transnístria se junte à Rússia, embora não exista uma fronteira comum…

“A melhor solução é a união com a Rússia e não é apenas a minha opinião pessoal, todas as mulheres em Tiraspol e por toda a Transnístria pensam da mesma forma”, afirma Ludmila residente em Tiraspol. “Claro, quero que a Transnístria se junte à Rússia … Porque muitos cidadãos vão para a Rússia trabalhar, para que possamos ganhar a vida. A Rússia dá-nos trabalho e alimenta as nossas famílias… A Moldávia não nos dá nada”.

Centenas de pessoas morreram na guerra em 1992, antes da intervenção das tropas russas. Pelo menos 1200 soldados russos continuaram lá até hoje. Fomos até Grigoriopol… Alexey, um engenheiro reformado, mostrou-nos a fábrica de conservas encerrada. Durante o verão, trabalhavam ali cerca de 3 mil pessoas. Mas sair da Moldávia provocou um corte profundo nas relações económicas: “Muitos dos trabalhadores desempregados foram para o estrangeiro: Itália, Roménia, alguns até mesmo para os EUA e para Portugal… Mas a maior parte foi para a Rússia ou para a Ucrânia, porque muitos têm família lá.”

Cerca de 50 mil pessoas trabalham fora e enviam o dinheiro para casa. A região precisa urgentemente de investidores, mas quem quer colocar dinheiro num Estado separatista não reconhecido? “O encerramento da fábrica é uma tragédia, é muito doloroso. É uma tragédia que o conflito militar tenha destruído a economia deste país, derrubando também esta empresa …”, acrescenta Alexey Mocreac.

Alexey convida-nos até sua casa, a família tenta ser auto-sustentável. Durante o conflito militar lutou contra os separatistas e pela integridade territorial da Moldávia. O seu sonho é a Europa e não a Rússia: “Quero ver os meus netos livres e a circularem livremente, como acontecia nos séculos passados, espero que os aceitem neste espaço europeu…”

De volta a Tiraspol encontrámos o presidente do Parlamento, Mikhail Burla. Insistiu numa resolução do Parlamento apelando a que a Rússia e as Nações Unidas reconheçam a Transnístria. Depois pretende que a Rússia anexe o país, o que alteraria as fronteiras: “Acreditamos que a vontade do povo é o elemento mais importante. A vontade do povo prevalece sobre o princípio da integridade das fronteiras, que foi proclamado em Helsínquia em 1975… Mas eu insisto: o nosso desejo (de união à Rússia) deve ser ser alcançado somente de forma pacífica, com instrumentos pacíficos. Não queremos qualquer tipo de violência.”

Existe uma “identidade transdniestriniana”? Para encontrar uma resposta seguimos um ensaio dos “Viorika” um grupo folclórico de danças tradicionais… Do ponto de vista artístico, onde estão as raízes da música popular? Alexandru Galatsan, dos Viorika responde: “A principal essência da música, a essência das melodias e também a estrutura harmónica das canções são realmente muito parecidas com os sons da Moldávia”.

Os Viorika são convidados para o estrangeiro. Mas os passaportes da Transnístria não são reconhecidos. É por isso que a maioria das pessoas tem várias cidadanias.

O coreógrafo Boris Rosneritsa comenta: “Não, não há nenhuma fronteira. Construíram algumas fronteiras artificiais, mas somos um só povo. Partilhamos as mesmas danças aqui, na Transnístria e por toda a Moldávia, mas também na Roménia: as danças são as mesmas … “

O grupo Sheriff, com ligações políticas e ao KGB, atua no setor privado da Transnístria e tem estações de serviço, supermercados e uma equipa de futebol… O FC de Sheriff comprou jogadores brasileiros, mas tem alguns locais, como o guarda redes Dmitri: “Teríamos uma excelente evolução na Liga Russa se ​​estivessemos lá… Provavelmente não no primeiro ano , porque é preciso algum tempo para se adaptar ao nível da Liga, mas com o tempo, o clube poderia tornar-se numa séria concorrência para as equipas de topo da Liga Russa “.

Nina Shtanski, deixa uma mensagem clara: a legislação russa é introduzida e Tiraspol quer-se juntar à União euro-asiática (com a Rússia): “A assinatura deste acordo de livre comércio entre a União Europeia e a Moldávia vai levar a uma crise na nossa produção industrial de cerca de 60 por cento.”

Algo que podia ser evitado se a Transnístria aceitar a oferta da UE para fazer parte do negócio. E depois há a questão delicada da educação. As escolas de língua moldava sentem-se aprisionadas pela política. Em fevereiro, as autoridades separatistas confiscaram os salários dos professores, pagos pelo governo oficial da Moldávia. O dinheiro foi devolvido, mas três meses depois: “Somos assediados porque a Moldávia quer assinar o acordo de associação com a União Europeia”, diz Ion Iovcev da Escola Lucian Blaga.

De volta a Chisinau, a capital oficial da Moldávia. A família Eriomenco procura ajuda desesperadamente. Vitalie Eriomenco, acusado de fraude, recebeu uma sentença de 12 anos das autoridades separatistas e está na prisão. Foi obrigado a assinar documentos e a assumir as culpas, com conta a irmã Ala:“Ele foi ameaçado de morte: encenaram uma execução. Trouxeram-no para fora do posto da polícia, ao lado do rio Dnjestr. Deram-lhe uma pá e disseram que ia cavar a sua própria sepultura. Ainda lhe dispararam tiros em direção às pernas e por cima da cabeça para o assustar, enquanto cavava a sepultura.”

A polícia, o sistema judicial, a economia e o comércio… A Transnístria tem necessidade de reformas urgentes com, ou sem a Rússia.

Entrevista (idioma russo) com o presidente do Parlamento da Transnístria, Mikhail Burla, em Tiraspol, capital regional do país separatista não reconhecida internacionalmente. A Transdniestria quer fazer parte da Rússia.
Бонус: Михаил Бурла

Aqui pode ouvir a entrevista completa com o ministro das Relações Externas da Transnístria, Nina Shtanski (idioma russo), em Tiraspol, capital regional do país separatista, não reconhecida internacionalmente. A Transdniestria quer fazer parte da Federação Russa.
Бонус: Нина Штански

Na capital da Moldávia, a Euronews falou com Adrian Lupusor, Diretor Executivo da escola de pensamento “Expert-Grup”. Lupusor analisa os problemas económicos da Transnístria (idioma Inglês).
Bonus interview: Adrian Lupusor

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