Representantes dos cidadãos mais afetados pelo Brexit alertam para o aumento das práticas discriminatórias e pedem para serem ouvidos em audições públicas no Parlamento Europeu, em setembro.
Um pequeno grupo da plataforma “Marcha pela Europa” defendeu que o Brexit seja travado e que o Reino Unido se mantenha na União Europeia, num protesto, terça-feira, junto à Comissão e ao Conselho europeus, em Bruxelas.
Por outro lado, representantes dos cidadãos mais afetados pelo processo alertaram, no Parlamento Europeu, para o aumento das práticas discriminatórias.
“Como não se conhecem as novas regras, já começaram as discriminações, evitando os riscos de contratar um cidadão europeu, ou de lhe alugar um apartamento ou de lhe dar um empréstimo bancário”, disse Ignacio Madariaga, da organização não-governamental “Sobreviver ao Brexit”.
Por seu lado, um membro da organização não-governamental DISIRE apontou para a falta de atenção aos grupos minoritários, tais como o das pessoas portadoras de deficiências.
“As pessoas que são cuidadoras de familiares com deficiência não são consideradas trabalhadores, o que é absolutamente incrível. Por outro lado, as pessoas com deficiência precisam de provisões especiais. Não têm culpa de não serem capazes de trabalhar e de terem ido para o país, com seus pais, há 10, 15, ou 20 anos”, disse Christiane Link.
Um advogado especialista em imigração defendeu que os cidadãos se devem pronunciar sobre as negociações em curso antes da próxima cimeira da UE, em outubro.
“Pensamos que deve haver outra audiência pública, na qual os cidadãos da UE que vivem no Reino Unido possam comparecer no Parlamento Europeu para dar a sua opinião, e julgamos que isso deveria acontecer no final de setembro”, afirmou Jan Doerfel.