"Estado da União": Desafios na retoma da atividade económica

"Estado da União": Desafios na retoma da atividade económica
Direitos de autor Manu Fernandez/Copyright 2020 The Associated Press. All rights reserved.
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De  Isabel Marques da SilvaStefan Grobe
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As propostas para a retoma da atividade económica, nomeadamente no turismo, é um dos temas em destaque no programa, que conta com uma entrevista a Patrick Gaspard, presidente da Open Society Foundations, um das instituições que mais financia a promoção dos direitos humanos em todo mundo.

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Com muitos países da Uniã Europeia estão a retomar a atividade económica, a Comissão Europeia fez recomendações, esta semana, sobre a reabertura gradual das fronteiras e das infra-estruturas de turismo.

Continuará a haver muitas medidas para preservar a saúde pública, mas o objetivo é criar condições para que os cidadãos desfrutem da melhor época do ano. Obviamente, há também a preocupação com os milhões de trabalhadores no setor turístico.

Até agora, as pessoas têm demonstrado muita disciplina e compreensão com o confinamento, mas aumenta a pressão pública para relançar a economia. Funcionários de vários setores económicos saíram às ruas para expressar sua preocupação com o aumento do desemprego.

Os governos podem ajudar, mas há um sentimento crescente de que aumentarão as desigualdades na Europa, pós-crise de saúde, como admitiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen: "Cada Estado-membro tem uma capacidade orçamental diferente, pelo que a utilização de auxílios estatais também é muito diferente entre Estado-membros. E começamos a observar que há um desequilíbrio nas condições de concorrência leal no mercado único".

Este é um dos temas em destaque no programa, que conta com uma entrevista a Patrick Gaspard, presidente da Open Society Foundations (OSF), um das instituições que mais financia a promoção dos direitos humanos em todo mundo.

Stefan Grobe/euronews: A crise da Covid-19 é um momento desafiador para instituições de solidariedade em todo o mundo. A OSF anunciou, recentemente, a criação de um fundo no valor de 130 milhões de dólares (120 milhões de euros) para os mais vulneráveis. Conte-nos o que vão fazer com esse dinheiro, em particular na Europa.

Patrick Gaspard/Open Society Foundations: A crise da Covid-19 deveria ser um grande nivelador na sociedade mas, em vez disso, descobrimos que aqueles que têm menos recursos económicos e que têm doenças que aumentam os riscos de comorbilidade são os que se encontram em situação mais vulnerável. Portanto, a nossa contribuição na Europa, EUA e países menos desenvolvidos do mundo visa apoiar essas comunidades. Sabemos que muitos pacotes governamentais não são dirigidos para estas populações. Fazemos uma intervenção de cariz humanitário, mas também existe a determinação de proteger os direitos fundamentais durante esta crise.

Stefan Grobe/euronews: A OSF também quer garantir que os governos não usam a Covid-19 como uma desculpa para restringir os direitos cívicos sob o pretexto de se estar em situação de emergência. Como concretizam esse objetivo quando são fortemente atacado por líderes populistas tais como Viktor Orbán (Hungria) e Jair Bolsonaro (Brasil)?

Patrick Gaspard/Open Society Foundations: "Temos visto o aumento do autoritarismo por todo o planeta. É verdade que a situação é aguda na Hungria, um país bastante familiar para a nossa fundação e no qual o primeiro-ministro Viktor Orbán suspendeu os poderes do parlamento e dos tribunais. Houve uma retrocesso considerável na União Europeia e estamos a trabalhar com organizações de direitos cívicos na Hungria e em Bruxelas para continuar a debater a questão.

Stefan Grobe/euronews: Foi consultor do Presidente Obama na Casa Branca e embaixador dos EUA na África do Sul. A resposta à crise atual por parte do presidente Donald Trump, vista deste lado do oceano Atlântico, parece errática, no mínimo. O que está a acontecer nos EUA?

Patrick Gaspard/Open Society Foundations: "Se parece errática desse lado do oceano, imagine o que é ter de a viver em primeira mão! Temos um presidente que tem divulgado, deliberadamente, informações erradas através da rádio e da Internet. Fá-lo nas decisões que toma, quando fala de potenciais tratamentos sem sentido, quando desvaloriza a gravidade do problema e cria bodes expiatórios.

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