"As dificuldades que nos são relatadas não estão relacionadas com o número de doses que foram prometidas, mas com alguns constrangimentos no ritmo de produção, algo se vai desbloquear", garante a comissária europeia da Saúde.
Da pressão para inventar em tempo recorde as vacinas contra a Covid-19, passou-se à pressão para as aprovar ao nível dos reguladores e para as distribuir rapidamente aos países. A Comissão Europeia tem-se desdobrado em explicações sobe os "soluços" num processo que foi acelerado como nunca.
"Em junho passado, quando a estratégia foi lançada em conjunto com os Estados membros, era extremamente incerto quando teríamos uma vacina bem-sucedida e qual delas seria. Desde então passaram apenas seis meses e temos uma carteira de seis vacinas candidatas, das quais foi aprovada a da Pfizer/BioNTech. Já iniciámos a vacinação em todos os 27 Estados-membros e a Agência Europeia dos Medicamentos está em processo de avaliação da vacina da Moderna. Portanto, considero que não houve nenhum atraso", disse Stella Kyriakides, comissária europeia da Saúde, em entrevista à euronews.
"As dificuldades que nos são relatadas não estão relacionadas com o número de doses que foram prometidas, mas com alguns constrangimentos no ritmo de produção, algo se vai desbloquear e melhorar nas próximas semanas e meses. Penso que nos próximos um a dois meses teremos pedidos de autorização para comercialização de, eventualmente, mais uma a duas vacinas, mas não tenho certeza neste momento", acrescentou.
Soluções de recurso como dar uma dose quando estão previstas duas, ou misturar diferentes vacinas, carecem de validação cientifica.
"A nossa prioridade é que os cidadãos tenham acesso a uma vacina segura e eficaz. Temos um acordo com os Estados-membros sobre critérios de condicionalidade na autorização de comercialização, que garantem os mais altos padrões de qualidade. E só avançaremos se houver provas científicas que permitam recomendar, por exemplo, fazer um maior espaçamento entre as duas doses ou mistura diferentes vacinas. Segundo a informação de que disponho, não existem atualmente provas científicas e dados de ensaios clínicos que apoiem essas opções", afirmou a comissária Kyriakides.