"Estado da União": Afeganistão domina agenda europeia

Esta semana os maquinistas alemães fizeram greve, a polícia grega entrou em confronto com participantes de protestos anti-vacinas e na Polónia, a resistência pública contra a polémica reforma da justiça no país intensificou-se.
No Afeganistão, após semanas de imagens que mostravam o caos no aeroporto de Cabul, as últimas tropas americanas deixaram o país. O assunto está em destaque nesta edição de "Estado da União."
Num discurso desafiante à nação, o presidente dos EUA, Joe Biden, justificou a ação dizendo que tinha a escolha entre a retirada total ou a escalada: "Já não tínhamos mais um propósito claro e uma missão sem fim no Afeganistão depois de 20 anos de guerra no país. Recuso-me enviar outra geração de filhos e filhas da América para lutar numa guerra que deveria ter terminado há muito tempo."
A retirada dos EUA também teve consequências para os países europeus. Afinal de contas, nenhum dos aliados queria ficar sozinho no Afeganistão.
Mas a crise gerou um debate imediato sobre as verdadeiras capacidades militares da União Europeia, já que os europeus tiveram de contar com os EUA para ajudar a transportar cidadãos para fora do país.
Os principais líderes europeus admitiram, até, que agora há muito trabalho a fazer.
"Penso que está claro que, depois dos acontecimentos no Afeganistão, a necessidade de mais defesa europeia nunca foi tão evidente como hoje. (…) Grupo de batalha já temos. Já o temos, mas nunca o usámos. Nunca foi ativado. Por isso, temos de procurar algo mais, pronto para ser ativado, mais operacional", sublinhou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Não parece que Bruxelas esteja à espera de uma era de paz e harmonia. O contrário provavelmente é verdade e há sinais de conflito em todos os lugares.
Neste sentido, estivemos à conversa com Mark Leonard, diretor do Conselho Europeu de Relações Exteriores e autor do livro "The Age of Unpeace - How Connectivity Causes Conflict." A entrevista pode ser vista na íntegra na Euronews.