Líderes da UE discutem energia mas Polónia promete aquecer encontro

Cimeira europeia decorre durante dois dias
Cimeira europeia decorre durante dois dias Direitos de autor Olivier Hoslet/EPA
De  Pedro Sacadura
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

À chegada à cimeira de chefes de Estado e de Governo dos 27, primeiro-ministro polaco mostrou-se aberto ao diálogo, mas rejeitou "pressão da chantagem." Varsóvia e Bruxelas estão em rota de colisão por causa da situação do Estado de Direito na Polónia

PUBLICIDADE

A cimeira de líderes dos 27 que arrancou hoje em Bruxelas está orientada para discutir caminhos para fazer frente à crise energética, mas a situação do Estado de Direito na Polónia, que tem desafiado a primazia das leis europeias sobre o direito nacional, pode ensombrar o encontro.

O dossier da energia está longe de gerar consenso entre os Estados-membros, quer em matéria de soluções de curto prazo para baixar os preços quer na rota para concretizar a transição energética no longo prazo, sem aumentar os custos para os consumidores.

À chegada ao encontro, o presidente do Governo de Espanha manifestou poucas esperanças de resolver o assunto hoje.

"Claro que o Governo de Espanha gostaria de avançar mais rápido, mas em Bruxelas e a nível da União Europeia, as coisas avançam a um ritmo menos intenso do que gostaríamos", sublinhou Pedro Sánchez.

Sobre esta matéria, a Polónia argumenta que a Comissão Europeia dever rever os planos "verdes."

Países Baixos, Alemanha e Dinamarca não aceitam mudanças nas propostas climáticas, em plena contagem decrescente para a cimeira COP26 sobre o clima.

"Agora só temos uma resposta, que é a COP26. Precisamos de chegar a um consenso sobre ambições nacionais elevadas, ambições comuns e também sobre financiamento", ressalvou a primeira-ministra da Dinamarca Mette Frederiksen.

Bruxelas vs. Varsóvia

O braço-de-ferro entre Bruxelas e Varsóvia por causa do Estado de Direito promete aquecer o debate de hoje.

A Comissão Europeia ameaçou avançar contra a Polónia por causa dos desafios ao direito comunitário.

Mas à chegada à cimeira, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, ressalvou que não agirá "sob pressão da chantagem" e que a Polónia está pronta "para o diálogo."

Por outro lado, o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, ressalvou: "Estão em causa as fundações da nossa democracia nesta parte do mundo. Por isso não podemos negociar."

Igualmente sob pressão europeia, o primeiro-ministro húngaro, saiu em defesa da Polónia neste caso.

"A Polónia é o melhor país na Europa. Não há necessidade de sanções. É ridículo", disse Viktor Orbán.

O debate adivinha-se intenso, mas prevê-se que as conclusões da cimeira sejam mais tépidas, com muitos assuntos a poderem transitar para a próxima cimeira de dezembro.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Líderes europeus discutem travão aos preços da energia

Polónia aquece debate em cimeira de líderes da UE

Acordo político na UE para sancionar os colonos israelitas extremistas