UE apela à Índia para abandonar neutralidade

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De  euronews
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi   -  Direitos de autor  INDIA'S PRESS INFORMATION BUREAU/AP

A presidente da Comissão Europeia instou a Índia a apoiar os esforços do Ocidente contra a invasão russa da Ucrânia.

Ursula von der Leyen participou na mais importante conferência multilateral na Índia consagrada à geopolítica, o "Diálogo Raisina", em Nova Deli.

Além de promover o aprofundamento da cooperação entre os 27 e a Índia, a presidente da Comissão alertou que a resposta da comunidade internacional à agressão da Rússia vai moldar a futura ordem internacional.

Ursula von der Leyen sublinha que "este é um momento determinante. As nossas decisões, nestes dias, irão moldar as décadas vindouras. A nossa resposta à agressão da Rússia hoje decidirá o futuro tanto do sistema internacional como da economia global... E instamos todos os membros da comunidade internacional a apoiarem os nossos esforços para uma paz duradoura".

Será preciso mais do que apenas palavras para convencer a Índia a abandonar a neutralidade em relação ao conflito na Ucrânia e apoiar as sanções internacionais contra a Rússia.

Desde o início da guerra, Nova Deli comprou a Moscovo mais do dobro do petróleo bruto que adquiriu em todo o ano de 2021.

Especialistas dizem que a União Europeia terá de oferecer melhores incentivos à Índia, em particular na área da defesa.

"Quase 60 a 70% das peças sobressalentes da Índia, tecnologia de defesa, etc., vêm da Rússia, o que é uma grande dependência. É crucial, no atual contexto de tensões na fronteira Índia-China. Se bem se lembram, a violência eclodiu nessa fronteira em 2020 e essa crise ainda não está resolvida. Portanto, a Índia está em alerta máximo", afirma a bolseira do Fundo Marshall Alemão, Programa Ásia, Garima Mohan.

Para além da guerra na Ucrânia, von der Leyen afirmou que a União Europeia e a Índia vão trabalhar mais de perto na luta contra as alterações climáticas.

Além de concordarem em reiniciar as conversações sobre um acordo de comércio livre, concordaram também em estabelecer um Conselho Conjunto de Comércio e Tecnologia para enfrentarem os desafios nestas áreas.