Os governos dos Balcãs Ocidentais pedem à UE para acelerar o processo de integração.
Uma coreografia com crianças vestidas com a bandeira da UE fez parte do caloroso acolhimento das autoridades da Albânia aos participantes na cimeira União Europeia(UE)-Balcãs Ocidentais, terça-feira, em Tirana, a capital.
Foi a primeira reunião deste tipo a decorrer num país aspirante a entrar na UE, que pede reforçado compromisso dos seis países da região para com as reformas pedidas.
Albânia, Bósnia, Macedónia do Norte, Montenegro, Kosovo e Sérvia podem ter esperança, disse Charles Michel, presidente do Conselho Europeu: "O futuro dos nossos filhos será mais seguro e mais próspero com os Balcãs Ocidentais na família da UE e estamos a trabalhar arduamente nesse sentido".
Outro objetivo da UE é recordar que os valores da vizinha Rússia, que invadiu a Ucrânia, não servem os interesses dos Balcãs. E que estes países também devem implementar sanções contra o regime, algo que a Sérvia tem recusado.
"A Rússia está a tentar ganhar influência, a China está a tentar ganhar influência. Mas nós somos o maior investidor, o parceiro mais próximo e é por isso que a discussão é precisamente sobre este ponto: há que decidir de que lado se está. Do lado da democracia? Nesse caso, é a União Europeia, os seus amigos e parceiros", disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
Alargamento sem data à vista?
Os governos dos Balcãs Ocidentais também jogam esta carta. Se a UE não quer que procurem outro apoio, então tem de acelerar o processo de integração.
O anfitrião, Edi Rama, primeiro-ministro da Albânia, até usou de ironia: "Pela primeira vez os Balcãs estão a ser vistos e tratados como uma questão geopolítica e estratégica importante para a UE. Mas, quando é que serão membros? Uma coisa é certa, os albaneses e a Albânia seremos leais à UE, mesmo que a UE desapareça. Continuaremos a lutar para sermos membros".
O facto é que a adesão pode demorar ainda muito tempo e, entretanto, foram assinados vários acordos para não arrefecer o entusiasmo, incluindo um para reduzir as tarifas de roaming nas telecomunicações.
A UE também prometeu mil milhões de euros em subvenções para ajudar as famílias e as empresas destes países a lidarem com a crise energética.