Juiz mantém eurodeputados Kaili e Tarabella em prisão preventiva

Marc Tarabella e Eva Kaili estão suspensos dos cargos, mas mantêm os salários
Marc Tarabella e Eva Kaili estão suspensos dos cargos, mas mantêm os salários Direitos de autor European Parliament
Direitos de autor European Parliament
De  Alice TideyMaria Psara, Isabel Marques da Silva (Trad)
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Não foram avançadas novidades sobre as tentativas da Tarabella de afastar do processo o juiz de instrução, Michel Claise, por alegada parcialidade.

PUBLICIDADE

As autoridades judiciais belgas decidiram prorrogar, na sexta-feira, a prisão preventiva dos eurodeputados socialistas Eva Kaili (grega) e Marc Tarabella (belga), dois dos acusados de estarem envolvidos no esquema de corrupção com as autoridades do Qatar e de Marrocos.

A eurodeputada grega está na prisão desde dezembro e deverá manter-se nessa situação pelo menos por mais dois meses, anunciou o Ministério Público Federal da Bélgica. O seu homólogo belga irá comparecer novamente perante os juízes dentro de um mês.

Ambos foram acusados de participação numa organização criminosa, corrupção e branqueamento de capitais, enquanto parte de uma investigação sobre o lóbi ilícito, alegadamente levado a cabo pelo Qatar e Marrocos, numa tentativa de influenciar a tomada de decisões da União Europeai (UE).

O advogado de Tarabella, Maxim Töller, reiterou, numa declaração, que o seu cliente é "um homem inocente" e que considera a detenção como "difícil de aceitar". Contudo, saudou "como uma boa notícia" a decisão de o transferir "para uma prisão mais próxima da sua família".

Não foram avançadas novidades sobre as tentativas da Tarabella de afastar do processo o juiz de instrução, Michel Claise, por alegada parcialidade. 

Um eurodeputado poderá ser extraditado

Também está preso o ex-eurodeputado socialista italiano Pier Antonio Panzeri, considerado o cabecilha da organização criminosa. Ex-chefe de Giorgi e antigo presidente da delegação do Parlamento para as relações com os países do Magrebe e da subcomissão dos direitos humanos, Panzeri reconheceu ser um dos líderes da rede criminosa e tem um acordo com as autoridades belgas para obter uma pena mais leve.

Três outras pessoas foram acusadas nesta investigação. Um deles é Francesco Giorgi, assessor no Parlamento Europeu e companheiro de Kaili, que saiu da prisão, na semana passada, passando para o sistema de detenção domiciliária com pulseira eletrónica.

Outro dos acusados é Niccolò Figà-Talamanca, diretor de uma organização não-governamental que aguarda julgamento em liberdade. 

O deputado socilaista  italiano Andrea Cozzolino, para quem Giorgi também trabalhou e que também presidiu à delegação para as relações com os países do Magrebe depois de Panzeri, regressou a Itália e é alvo de um pedido de extradição pelas autoridades belgas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Corrupção no PE: Justiça belga mantém prisão preventiva de arguidos

Corrupção: Parlamento Europeu levanta imunidade a dois eurodeputados

Quem é quem no escândalo de corrupção no Parlamento Europeu