Crise da habitação no topo do debate para eleiçõe nos Países Baixos

Há um défice de cerca de 400 mil habitações nos Países Baixos
Há um défice de cerca de 400 mil habitações nos Países Baixos Direitos de autor -Screenshot- AP
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De  Vincenzo Genovese
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A falta de casas a preços acessíveis é uma das maiores preocupações nos Países Baixos, pelo que a habitação é um dos temas mais debatidos na campanha para as eleições legislativas, de 22 de novembro. O governo interino tinha prometido construir 900 mil habitações, até 2030.

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"É a questão mais importante, penso eu, porque foi negligenciada durante muito tempo. Temos muitas pessoas, jovens e mais velhas e, claro, também muitos migrantes que precisam de uma casa neste país. Todos os partidos acham que é muito importante. Os eleitores acham que é muito importante. Mas não há um partido que tenha a solução que os eleitores dizem: "Esta é a melhor solução", explicou, à euronews, Peter Kanne, investigador na I&O Research.

Há um défice de cerca de 400 mil habitações a nível nacional, calcula, por seu lado, um investigador da Universidade de Delft, Peter Boelhouwer, que fala de uma "tempestade perfeita" de fatores negativos, principalmente ao facto de o número de famílias no país ter aumentado mais do que o previsto.

"A razão é que não construímos muita habitação nos últimos dez anos, o que gera escassez. Tivemos uma queda na construção e um aumento bastante acentuado da população devido à migração, em particulat a migração laboral, que é bastante elevada. No ano passado, tivemos pessoas vindas da Ucrânia, mas a migração de mão de obra é a principal. Atualmente, a procura de habitação é muito maior do que há dez anos", disse Peter Boelhouwer.

Só em Amesterdão há cerca de 3000 "sem-abrigo económicos", pessoas com um emprego e uma vida regular que perdem a sua casa depois de uma separação ou divórcio e que não conseguem encontrar uma nova, devido à subida em flecha dos preços no mercado da habitação.

Tentamos dar-lhes um local temporário para recuperarem energia, saírem do "modo de sobrevivência" por causa do stress de pensarem constantemente: "Onde vou dormir?", "Como vou manter o meu emprego se não posso tomar banho?"
Tamara Kuschel
Coordenadora de projeto, De Regenboog

O programa social "Sob um teto" da associação sem fins lucrativos De Regenboog ajuda estas pessoas, fazendo a ponte com proprietários de casas que estão dispostos a alugar quartos por rendas que vão dos 250 e 600 por mês.

"Tentamos dar-lhes um local temporário para recuperarem energia, saírem do "modo de sobrevivência" por causa do stress de pensarem constantemente: "Onde vou dormir?", "Como vou manter o meu emprego se não posso tomar banho?", Onde vou cozinhar?", "Ccomo vou sobreviver a isto?". Tentamos dar-lhes, pelo menos durante 12 meses, um local sólido para descansarem e ajudá-los a fazer planos para o futuro", explicou Tamara Kuschel, coordenadora do projeto.

A associação também tenta alojar pessoas em escritórios vazios ou casas que estão em risco de serem demolidas.

Na mais importante cidade, Amesterdão, alugar um apartamento pode ser muito difícil, mas comprá-lo é um verdadeiro desafio. Um imóvel de 60 metros quadrados pode rondar mais de meio milhão de euros.

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