A professora italiana, eleita para o Parlamento Europeu pela Aliança Verdes e Esquerda, está em liberdade.
Ilaria Salis podia ser só mais uma eurodeputada, não fosse a história polémica em que esteve envolvida no último ano.
Salis, agora eurodeputada pelo partido de esquerda Aliança Verdes e Esquerda (AVS), foi detida a 11 de fevereiro de 2023 sob a acusação de ter participado em agressões a três militantes de extrema-direita, em Budapeste.
A ativista italiana saiu esta manhã da residência onde estava reclusa na Hungria, ao abrigo das regras da imunidade parlamentar, e, segundo a agência Ansa, a polícia húngara retirou-lhe a pulseira eletrónica.
Sabe-se que o pedido de liberdade foi apresentado pelo seu advogado húngaro, Gyorgy Magyar, imediatamente após a sua eleição como deputada ao Parlamento Europeu.
"Estamos muito contentes com a notícia de Budapeste, a eurodeputada Ilaria Salis pode agora regressar a Itália e poderá desempenhar a sua nova função para a qual centenas de milhares de eleitores a indicaram", pode ler-se no comunicado dos deputados do partido, Angelo Bonelli e Nicola Fratoianni.
Mais de 165.000 pessoas escreveram o nome de Salis no boletim de voto na Lombardia, Ligúria, Vale de Aosta e Piemonte.
"Os nossos agradecimentos a todos aqueles que, como nós, nos últimos meses se indignaram, e não se conformaram, com as terríveis condições em que foi mantida nas prisões de Orbán. Agora poderá defender connosco os direitos civis e sociais dos mais fracos. Esperamos por ela", refere o comunicado.
Ilaria Salis esteve presa mais de 15 meses numa prisão de segurança máxima na capital húngara e, já este este ano, o pedido de prisão domiciliária foi aceite, tendo estado estes últimos meses reclusa em casa.
Presente de aniversário antecipado
A professora italiana, que completa 40 anos na segunda-feira 17 de junho, recebeu um presente de aniversário antecipado ao sair em liberdade. "Vamos festejar o aniversário dela em casa, eu próprio vou buscá-la e levá-la para casa", disse Roberto Salis , pai da ativista, à agência noticiosa ANSA.
"Estou muito feliz, estou a tentar organizar o seu regresso o mais rapidamente possível. Trabalhei com calma, mas não esperávamos que ela fosse libertada hoje. O advogado Magyar telefonou-me para me dizer que a polícia estava a caminho para a libertar. E agora vou buscá-la", acrescentou.