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"O eixo franco-alemão acabou e foram os eleitores que o decidiram", defende partido de Meloni

Meloni durante a cimeira europeia da semana passada
Meloni durante a cimeira europeia da semana passada Direitos de autor Geert Vanden Wijngaert/Copyright 2024 The AP. All rights reserved.
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De  Giorgia Orlandi
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O que está por trás da desilusão de Meloni relativamente aos escolhidos para assumir os mais altos cargos da UE?

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Na semana passada, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, opôs-se às nomeações para os principais cargos da UE, tendo-se abstido de votar na candidatura de Von Der Leyen à reeleição como presidente da Comissão Europeia. A primeira-ministra italiana afirmou que o acordo tinha problemas de "método e de mérito". Falando perante o parlamento italiano, afirmou que a decisão não é democrática, uma vez que não tem em conta o voto dos cidadãos.

Com o duplo "não" contra Kallas e Costa, foram levantadas questões, tanto em Bruxelas como em Roma, sobre se tal atitude poderia isolar a Itália. Alguns analistas sugeriram que poderia ser apenas uma forma de a líder italiana ganhar mais tempo. A poucas semanas da votação para o cargo mais importante da UE, perguntámos ao líder parlamentar do partido Fratelli d'Italia, da primeira-ministra italiana, o que está por trás da posição de Giorgia Meloni.

"O objetivo das nomeações para os cargos de topo da UE é reconhecer a mensagem que saiu das sondagens, que diz que tanto a política de Macron como a de Scholz foram rejeitadas pelos eleitores", explica Tommaso Foti.

Um governo democraticamente eleito, por oposição a um gabinete tecnocrático, é o que Giorgia Meloni defende desde que foi nomeada primeira-ministra e é um dos princípios fundamentais do seu governo político. Desta vez, porém, o debate sobre "decisões que são tomadas apenas por um pequeno grupo de pessoas" diz respeito ao que se tem passado nas instituições da UE.

Enzo Moavero Milanesi, antigo ministro dos Assuntos Europeus de Monti, diz à Euronews que a Itália não corre o risco de ficar isolada na UE. Mas é evidente que, com Meloni, após a recente vitória na votação da UE, o governo italiano quer ser visto e ouvido mais do que nos anos anteriores.

O lema "Itália e os italianos primeiro" é uma das principais promessas políticas que Meloni sempre quis cumprir. Mas, aos olhos dos Fratelli d'Italia, Bruxelas tem de reconhecer que a viragem política para a direita está a acontecer na Europa de acordo com a vontade do povo.

Como explica Foti, "não vemos por que razão devemos continuar a acreditar na existência do eixo franco-alemão quando este já foi demolido pelos eleitores de ambos os países". Segundo Moavero Milanesi, Meloni está a seguir uma estratégia política e é isso que conta.

"A bola está no campo da primeira-ministra italiana. A forma como as instituições europeias são eleitas é muito diferente da forma como funcionam as eleições nacionais", diz Milanesi, acrescentando que, no caso de Meloni, ela é também a presidente do grupo político dos Conservadores de Reformistas Europeus (CRE). Por isso, quando se trata de decidir as nomeações para os cargos de topo da UE, os dois papéis têm um impacto na estratégia que ela adopta.

Por outras palavras, segundo Milanesi, muitos factores diferentes podem determinar as decisões do Governo italiano na Europa.

Todos eles contam quando se trata de definir uma estratégia política. O resultado das eleições francesas é também um elemento a ter em conta, como refere o analista político Roberto Arditti: "Vai clarificar ainda mais a força que os partidos de direita de toda a Europa têm dentro dos governos nacionais", diz Arditti à Euronews.

Apesar de Le Pen e Meloni terem de se reconciliar com as suas diferenças políticas, Arditti continua: "É difícil pensar que os equilíbrios de poder em Bruxelas excluam os governos francês e italiano, se ambos tiverem uma maioria de direita".

Acima de tudo, para além da saga da nomeação para os cargos mais importantes da UE e da desilusão italiana que se seguiu, Meloni está concentrada numa coisa: garantir um lugar de topo na Comissão para a Itália.

Sem ele, será difícil para o seu governo mostrar aos eleitores italianos que Roma é capaz de contar efetivamente na Europa.

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