Os esfaqueamentos, juntamente com a reivindicação de responsabilidade por parte do Estado Islâmico, suscitaram a preocupação de alguns políticos que apelaram ao reforço da segurança, ao controlo mais rigoroso das armas, ao endurecimento das penas para os crimes violentos e à limitação da imigração.
O principal suspeito do ataque com faca na Alemanha ficou em prisão preventiva por suspeita de homicídio e de pertencer ao grupo terrorista Estado Islâmico (ISIS). O ataque, na cidade de Solingen, na sexta-feira à noite, causou a morte de três pessoas e ferimentos graves noutras oito e está a provocar receios de incitamento ao ódio por parte da extrema-direita.
O homem foi identificado como Issa al H. Em conformidade com a lei, as autoridades não divulgaram o nome deste homem sírio, de 26 anos.
No domingo, o suspeito foi transportado de helicóptero para a primeira audiência no Tribunal Federal de Justiça de Karlsruhe, após ter sido detido no sábado à noite em Solingen.
Numa publicação online, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, afirmando que se tratava de uma "vingança contra os muçulmanos da Palestina". Mas o grupo não forneceu quaisquer provas para apoiar a alegação.
A polícia alemã disse que estava a investigar as possíveis ligações do suspeito com o grupo.
A agência noticiosa dpa noticiou no domingo, sem citar uma fonte específica, que al H. deveria ter sido deportado no ano passado depois de as autoridades lhe terem recusado o pedido de asilo.
O jornal diário alemão Bild deu detalhes sobre a detenção. Foi o próprio al H. se aproximou dos polícias na rua em Solingen, pouco depois das 23:00 locais, para se entregar. Estava coberto de sangue e terá dito: "É de mim que andam à procura".
A detenção do suspeito deu algum alívio para muitos dos 160.000 habitantes da cidade onde decorreu o ataque.
"É reconfortante, claro. Acho muito bem que a pessoa se tenha entregado ou que, pelo menos, tenha sido detida. Crucial. E o que talvez seja realmente interessante saber é porquê? Esta questão de ser feita: porque é que uma coisa destas acontece?", disse o empresário Cord Boettcher.
"O que é que vai acontecer nas próximas semanas? Já nem me atrevo a ir a lado nenhum. Claro que é reconfortante que ele se tenha supostamente entregado, mas estou sem palavras e totalmente chocado", disse o pintor Holger Honig.
No domingo, durante uma cerimónia fúnebre na igreja, alguns residentes disseram aos media locais recear que a extrema-direita utilizasse o esfaqueamento para incitar o ódio contra os migrantes.
"Temos muito medo de que a direita esteja a ganhar cada vez mais poder. Temos de colocar algumas questões difíceis, mas o racismo nunca é a resposta", disse a vereadora Simone Lammert, depois de saber que um grupo de extrema-direita planeava reunir-se na cidade.
Os esfaqueamentos, juntamente com a reivindicação de responsabilidade por parte do ISIS, suscitaram a preocupação de alguns políticos que apelaram ao reforço da segurança, ao controlo mais rigoroso das armas, a penas mais duras para os crimes violentos e a limites à imigração.
O ataque ocorreu numa praça central durante o "Festival da Diversidade", um evento para assinalar o 650º aniversário da cidade. O evento deveria ter decorrido até domingo, mas acabou por ser cancelado.