As forças russas investiram contra 15 regiões ucranianas, tendo como alvo as infraestruturas energéticas do país. O primeiro-ministro ucraniano apelou aos aliados de Kiev para que forneçam armas de longo alcance.
Pelo menos cinco pessoas morreram no maior ataque da Rússia contra a Ucrânia desde o início da incursão ucraniana na região russa de Kursk. O ataque desta segunda-feira teve como alvo as infraestruturas energéticas da Ucrânia.
As forças russas dispararam drones, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos hipersónicos Kinzhal contra 15 regiões ucranianas, mais de metade do país.
“As infraestruturas energéticas voltaram a ser o alvo dos terroristas russos. Infelizmente, há danos numa série de regiões”, disse o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, acrescentando que o operador da rede elétrica estatal da Ucrânia, Ukrenergo, foi forçado a implementar cortes de energia de emergência para estabilizar o sistema.
Primeiro-ministro ucraniano apela ao envio de armas de longo alcance
Shmyhal apelou aos aliados da Ucrânia para que forneçam armas de longo alcance a Kiev, bem como a autorização para as utilizar em alvos dentro da Rússia.
“Para pôr fim ao bombardeamento bárbaro das cidades ucranianas, é necessário destruir o local de onde são lançados os mísseis russos”, disse Shmyhal. “Contamos com o apoio dos nossos aliados e faremos com que a Rússia pague”, acrescentou.
De acordo com a Força Aérea ucraniana, vários grupos de drones russos deslocaram-se para as regiões leste, norte, sul e centro da Ucrânia, seguidos de vários mísseis de cruzeiro e balísticos.
Em Sumy, uma província no leste que faz fronteira com a Rússia, a administração local disse que 194 povoações estavam em situação de corte total de energia, enquanto 19 outras estavam em situação de corte parcial.
Na sequência do maior ataque russo contra a Ucrânia das últimas semanas, as autoridades regionais receberam ordens para abrir “pontos de invencibilidade”, isto é, locais semelhantes a um abrigo onde as pessoas podem carregar os seus aparelhos eletrónicos ou apenas permanecer durante os cortes de energia, informou o primeiro-ministro Shmyhal. Estes pontos foram abertos pela primeira vez na Ucrânia no outono de 2022, quando a Rússia atacava semanalmente as infraestruturas energéticas do país.
Na Polónia, as defesas aéreas nacionais e da NATO foram ativadas na parte oriental do país em resultado do ataque russo à vizinha Ucrânia.
Rússia denuncia novo alegado ataque ucraniano
Entretanto, na Rússia, as autoridades denunciaram um alegado ataque de drones ucranianos durante a noite e a manhã desta segunda-feira. Quatro pessoas ficaram feridas na região central russa de Saratov, onde os drones atingiram edifícios residenciais em duas cidades.
O ministério da Defesa russo afirmou que um total de 22 drones ucranianos foram intercetados durante a noite e a manhã em oito regiões russas, incluindo as regiões de Saratov e Yaroslavl, no centro do país.