NewsletterBoletim informativoEventsEventosPodcasts
Loader
Encontra-nos
PUBLICIDADE

Incursão ucraniana em Kursk põe a nu fragilidades de Moscovo: "A fronteira russa não é impermeável"

Esta imagem de satélite divulgada pela Planet Labs PBC mostra incêndios perto da aldeia de Krasnooktyabrskoe, na região russa de Kursk, na terça-feira, 20 de agosto de 2024.
Esta imagem de satélite divulgada pela Planet Labs PBC mostra incêndios perto da aldeia de Krasnooktyabrskoe, na região russa de Kursk, na terça-feira, 20 de agosto de 2024. Direitos de autor Planet Labs PBC/AP
Direitos de autor Planet Labs PBC/AP
De  Euronews com AP
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Ucrânia invadiu a rússia através da sua fronteira no Oblast de Kursk no dia 6 de agosto, naquela que se tornou a incursão mais significativa da Ucrânia desde o início do conflito em fevereiro de 2022. Analista considera que sucesso da incursão se deve ao secretismo das operações.

PUBLICIDADE

Mais de duas semanas após a incursão surpresa de Kiev em território russo, a situação no terreno parece indicar que as forças ucranianas não estão perto de terminar.

Quando, a 6 de agosto, atravessaram a fronteira entre a região de Sumy, na Ucrânia, e Kursk, na Rússia, muitos pensaram que se trataria de mais uma incursão rápida.

No passado, a Ucrânia já tinha lançado algumas incursões em território russo, uma das quais em março deste ano, quando três unidades armadas ucranianas atravessaram a fronteira para as regiões de Belgorod e Kursk, que alegadamente resultaram em confrontos com as forças russas em várias povoações e foram quase imediatamente seguidas de ataques implacáveis contra cidades ucranianas.

Contudo, esta operação foi uma surpresa para civis, analistas, aliados ocidentais da Ucrânia e até para algumas autoridades russas: ao terceiro dia de incursão, a Ucrânia já tinha avançado 10 km em território russo.

Para Karolina Hird, analista do Institute for the Study of War (ISW) - think tank norte-americano dedicado à análise de temas de guerra - o fator surpresa foi exatamente a chave desta operação. "O secretismo em que o plano foi envolto está a revelar-se muito, muito importante", diz.

"Penso que a Ucrânia aprendeu, e bem, com a sua experiência de planeamento da contraofensiva de 2023. No ano passado, houve muitas mensagens, muita telegrafia, e isso permitiu ao Ocidente, mas também à Rússia, antecipar basicamente onde a Ucrânia ia atacar e quando", relembra Karolina.

A guerra parece estar a deslocar-se brevemente para solo russo , o que para a analista é “incrivelmente importante” e terá consequências graves, bem como mostrará as vulnerabilidades do regime de Putin em “dois, três meses".

"A fronteira russa não é impermeável. É, de facto, uma vulnerabilidade e a sociedade russa tem de começar a encará-la como uma vulnerabilidade. E isso mudará muitas das formas como a sociedade russa encara a guerra e como a guerra pode ser sentida pelos populistas russos, que no passado eram bastante apáticos", explica Karolina.

A Ucrânia afirma ter capturado mais de mil quilómetros quadrados na região de Kursk - é mais do que a Rússia tinha capturado na Ucrânia em oito meses.

Alguns bloggers militares russos criticaram fortemente o comando militar russo por não ter detetado os preparativos ou impedido as operações ofensivas ucranianas em Kursk.

Na rede social X, o ISW realça que o Kremlin parece estar comprometido com uma campanha para "justificar ao seu público interno a razão pela qual a Rússia está a dar prioridade à manutenção da iniciativa no leste da Ucrânia [Prokovsk] em vez de expulsar imediatamente as forças ucranianas do Oblast de Kursk", pode ler-se.

Prova disso são, como também nota o ISW, os canais de televisão estatais russos que estão a cobrir a incursão da Ucrânia no Oblast de Kursk como uma operação limitada, ao mesmo tempo que a contrastam ativamente com os avanços russos na direção de Pokrovsk, e que os pintam como grandes vitórias.

Volodymyr Zelenskyy reconheceu o avanço da Rússia no leste da Ucrânia e sublinha a importância de os aliados ocidentais no que respeita ao fornecimento de munições.

O Kremlin pode estar a utilizar esta campanha de propaganda para conseguir tempo e espaço para responder à incursão ucraniana no Oblast de Kursk, depois de atingir os seus objetivos ofensivos no leste da Ucrânia.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Ucrânia: Rússia reforça defesa de Kursk mas dá prioridade aos avanços em Pokrovsk

Coro fundado na Chéquia canta para dar apoio moral e financeiro aos soldados ucranianos

Rússia deixa de publicar dados sobre combustíveis depois de ataques ucranianos