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Macron descarta governo "unicamente" da Nova Frente Popular

Emmanuel Macron discursa durante uma cerimónia de comemoração do 80.º aniversário da Libertação de Paris junto à Praça Denfert Rochereau em Paris, França, 25 agosto 2024
Emmanuel Macron discursa durante uma cerimónia de comemoração do 80.º aniversário da Libertação de Paris junto à Praça Denfert Rochereau em Paris, França, 25 agosto 2024 Direitos de autor Teresa Suarez/AP
Direitos de autor Teresa Suarez/AP
De  Euronews
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Emmanuel Macron marcou para esta terça-feira nova ronda de conversações para a nomeação de um primeiro-ministro. O presidente francês fechou na segunda-feira a porta a um governo da Nova Frente Popular, o que gerou consternação à esquerda.

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Macron marcou para esta terça-feira uma nova ronda de consultas com alguns partidos políticos com vista à nomeação de um novo primeiro-ministro em França, depois de na segunda-feira ter excluído a opção de um governo unicamente da Nova Frente Popular (NFP), com Lucie Castets como primeira-ministra.

Emmanuel Macron iniciou as conversações com os diferentes partidos políticos na passada sexta-feira e ontem foi o segundo-dia em que ouviu os líderes partidários sobre a formação do novo governo.

Nestas conversações o Rassemblement National reforçou ser a favor de "de uma moção de censura a um provável governo da NFP", como garantiu Jordan Bardella.

Ao final do dia, a Presidência francesa emitiu um comunicado que excluía um governo apenas com a Nova Frente Popular, a aliança de esquerda com maior número de deputados eleitos e a mais votada nas eleições legislativas, que tinha Lucie Castets como opção para primeira-ministra.

"Um governo baseado unicamente no programa e nos partidos propostos pela aliança com mais deputados, a Nova Frente Popular, seria imediatamente censurado por todos os outros grupos representados na Assembleia Nacional", pode ler-se no comunicado do Eliseu, que acrescenta que, por isso, "esta opção não deve ser seguida".

Uma nova ronda de negociações está marcada para esta terça-feira “com os líderes dos partidos” e “personalidades que se distinguem pela sua experiência de serviço ao Estado e à República”.

“A minha responsabilidade é que o país não seja bloqueado ou enfraquecido. Os partidos políticos no poder não devem esquecer as circunstâncias excepcionais em que os seus deputados foram eleitos na segunda volta das eleições legislativas. Este voto obriga-os”, refere também a declaração do presidente da República francesa.

"Quererá isso dizer que a democracia não significa nada para o presidente?"

Lucie Castets reagiu na manhã desta terça-feira, num programa de rádio, à decisão de Macron, acusando o presidente de não dar significado às eleições e às escolhas democráticas dos francesas.

"Raiva. É o que milhões de pessoas estão a sentir esta manhã. Emmanuel Macron diz-nos que as eleições não significam nada. Quererá isso dizer que a democracia não significa nada para o presidente? Isso é extremamente perigoso", disse.

Castets sublinhou também que o papel do presidente é o de nomear uma pessoa do grupo maioritário da Assembleia Nacional para Matignon e deixá-la trabalhar".

Após o comunicado de Macron, não tardaram reações a criticar o Presidente da República.

Jean-Luc Mélenchon, o líder do partido La France Insoumise, considerou a situação muito grave e diz que anunciará uma "moção de destituição” contra o chefe de Estado.

Também o dirigente do Partido Comunista, Fabien Roussel, apelou a manifestações. “Vai ter de haver uma grande mobilização popular”, afirmou.

Marine Tondelier, secretária nacional dos Ecologistas, criticou no X o comunicado de Macron. “O comunicado de imprensa de Emmanuel Macron é uma vergonha”, denunciou.

Apesar de a declaração de Emmanuel Macron não especificar exatamente quem estaria à volta da mesa nesta nova ronda de discussões, a AFP adiantou, citando uma fonte da comitiva do presidente, que os partidos La France Insoumise, Rassemblement National e Éric Ciotti não seriam convidados.

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Anteriormente, num comunicado conjunto, os quatro partidos que fazem parte da NFP já tinham garantido que só voltariam agora ao Palácio do Eliseu "para trabalhar nas modalidades" de uma "coabitação" entre o chefe de Estado e um governo de Castets.

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