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Um político de esquerda pediu o desmantelamento da polícia portuguesa?

Pessoas carregam cartazes com o nome de Odair Moniz, um homem negro de origem cabo-verdiana que foi mortalmente baleado pela polícia na segunda-feira, durante um protesto contra o racismo e a violência policial.
Pessoas carregam cartazes com o nome de Odair Moniz, um homem negro de origem cabo-verdiana que foi mortalmente baleado pela polícia na segunda-feira, durante um protesto contra o racismo e a violência policial. Direitos de autor  AP Photo/Armando Franca
Direitos de autor AP Photo/Armando Franca
De Inês Trindade Pereira
Publicado a
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Depois de um tiroteio policial contra um cabo-verdiano em Lisboa, um político do Bloco de Esquerda apelou à responsabilização da direção das forças policiais portuguesas, caso se prove que as declarações são falsas.

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O antigo eurodeputado e ex-ministro português Paulo Portas afirmou que Fabian Figueiredo, membro do Bloco de Esquerda, apelou ao fim das forças policiais portuguesas.

O comentário viral na televisão surgiu depois de Figueiredo ter apelado à responsabilização da polícia na sequência do tiroteio de um residente português nascido em Cabo Verde, que desencadeou uma onda de agitação em Lisboa.

"Hoje, ouvi um deputado do Bloco de Esquerda dizer: 'Temos de repensar a continuidade da PSP'", afirmou Portas, do CDS-PP. "E se eu for assaltado ou agredido? Quem é que eu chamo? O Batman?", questionou.

O polícia que disparou contra Odair Moniz está a ser investigado por homicídio, mas tem havido declarações contraditórias entre a força policial e o agente que abriu fogo.

Figueiredo foi um dos muitos que reagiram a este incidente.

O que está por detrás desta troca de tiros?

Odair Moniz, um cozinheiro cabo-verdiano de 43 anos, foi morto a tiro em Lisboa por um agente da polícia no dia 21 de outubro.

Segundo as autoridades portuguesas, os agentes da polícia "interceptaram um indivíduo que se encontrava em fuga da polícia" no bairro da Cova da Moura, nos arredores de Lisboa, pouco antes das 6:00.

A polícia disse que quando os agentes "se aproximaram do suspeito, este resistiu à detenção e tentou agredi-los com uma arma", acrescentando que "um dos agentes, tendo esgotado outros meios e diligências", utilizou uma arma de fogo e disparou contra o suspeito.

No entanto, o agente que disparou disse mais tarde aos investigadores que não havia qualquer arma branca envolvida e muitas testemunhas também desmentiram as declarações da polícia.

A Polícia Judiciária anunciou entretanto que colocou sob investigação o agente que disparou sobre Moniz.

Este incidente deu origem a mais de 140 episódios de distúrbios públicos em Lisboa, onde 23 pessoas foram detidas e sete ficaram feridas, segundo a polícia portuguesa.

O que disse o político do Bloco de Esquerda?

Figueiredo não prometeu acabar com as forças policiais portuguesas. Em vez disso, apelou ao Governo para que reflita sobre a continuidade da gestão da força policial, caso se prove que o homem não era portador de uma faca.

"Se se provar em tribunal que o comunicado da direção nacional da PSP contém mentiras graves, penso que isso deve merecer uma reflexão profunda por parte do Governo e da direção nacional da PSP sobre a continuidade da direção nacional da PSP", afirmou.

O confronto entre Figueiredo e Portas levou a que este último pedisse desculpa por ter interpretado mal as palavras de Figueiredo.

Na sua carta de desculpas, Portas afirmou que se tratou de um "erro involuntário" e que estava "enganado".

O político de direita explicou que foi induzido em erro pelas notícias e que não teve tempo suficiente para ler a notícia completa antes de entrar em direto.

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