Recep Tayyip Erdogan considerou o desarmamento do grupo militante curdo PKK como uma vitória para o país, depois de os combatentes terem começado a depor as armas.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que se virou uma "nova página na história", depois de o grupo curdo PKK, que tem travado um conflito de décadas no país, ter começado a depor as armas.
O Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, realizou uma cerimónia simbólica na sexta-feira, no norte do Iraque. Foi o primeiro passo concreto para o prometido desarmamento, no âmbito de um processo de paz.
Este sábado, durante uma reunião do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no poder, Erdogan saudou o acontecimento como uma vitória.
"A Turquia ganhou, a minha nação ganhou. Cada um dos nossos 86 milhões de cidadãos, turcos, curdos e árabes, ganharam", afirmou.
"Não vamos participar nem nos envolver em nenhuma tentativa de ameaçar a nossa unidade, a nossa integridade, a nossa pátria, o nosso Estado, a nossa nação, a nossa paz, a nossa honra e o nosso orgulho", acrescentou Erdogan.
Em maio, o PKK anunciou a dissolução e a renúncia ao conflito armado, pondo fim a quatro décadas de hostilidades.
"A partir de ontem, o flagelo do terrorismo, que dura há 47 anos, entrou no processo de cessação, se Deus quiser", disse Erdogan. "A partir de ontem, a Turquia começou a encerrar um capítulo longo, doloroso e cheio de lágrimas".
A medida foi tomada depois de, em fevereiro, o líder do PKK, Abdullah Öcalan, que está preso numa ilha perto de Istambul desde 1999, ter apelado ao grupo para convocar um congresso, a dissolver-se e desarmar-se formalmente.
As imagens do evento de sexta-feira mostram combatentes - homens e mulheres - a atirar espingardas e metralhadoras para um grande caldeirão, onde foram depois incendiadas.
O PKK emitiu uma declaração dos combatentes que estavam a depor as armas, dizendo que se tinham desarmado "como um gesto de boa vontade e um compromisso com o sucesso prático" do processo de paz.
"A partir de agora, vamos continuar a nossa luta pela liberdade, pela democracia e pelo socialismo através de políticas democráticas e de meios legais", diz o comunicado.
A agência noticiosa estatal iraquiana informou que 30 combatentes se tinham desarmado "simbolicamente" nesta cerimónia e que o processo de desarmamento vai continuar "por fases". Espera-se que o processo esteja concluído em setembro, informou a agência.