Apesar da entrada de mais pessoas no país, continua o agravar-se o fosso entre o número de idosos e de pessoas em idade ativa.
A população residente em Portugal voltou a crescer em 2024, mas este aumento só é possível graças à imigração. O retrato é feito pela Pordata – a base de dados estatísticos da Fundação Manuel dos Santos – a propósito do Dia Mundial da População.
No fim de 2024, residiam em Portugal 10.749.635 pessoas, um aumento de mais de 109 mil moradores face ao ano anterior. Este é o sexto ano consecutivo de crescimento da população.
A única faixa etária em que houve uma redução foi o grupo com menos de 15 anos, num país que continua a registar menos nascimentos. Em 2024 nasceram menos 1.057 bebés em relação ao ano anterior. As mulheres também continuaram a adiar o nascimento do primeiro filho: de uma média de 30,2 anos para 30,3.
O número de nascimentos também voltou a ser inferior ao número de mortes (menos 33.732), uma tendência que se verifica desde 2009.
Este saldo natural negativo é apenas compensado pela emigração, que continua a explicar crescimentos da população. Desde 2017 que há mais pessoas a entrar do que a sair do país e desde 2019 que este saldo migratório positivo consegue compensar o saldo negativo de nascimentos.
Os estrangeiros estão também a contribuir para a natalidade: 26% dos recém-nascidos têm mãe de nacionalidade estrangeira.
Apesar da imigração, mantêm-se os problemas do envelhecimento da população. Em 2024, havia 2,59 pessoas em idade ativa para cada idoso. Este rácio tem-se vindo a agravar nos últimos anos (em 2012 era 3,36), apesar de agora a tendência ser mais ligeira.
Estes números estão em linha com o resto da União Europeia, onde também a imigração é o único motor de crescimento da população.
Segundo dados da Eurostat, desse 2012 que o bloco tem mais nascimentos do que mortes. No entanto, a chegada de novas pessoas permitiu que a União Europeia atingisse um recorde: 450,4 milhões no ano passado.