A presidente da Comissão Europeia conversou por telefone com Volodymyr Zelenskyy, no domingo, horas antes do encontro agendado com o Presidente dos EUA, Donald Trump, na Escócia.
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Ursula von der Leyen teve uma conversa telefónica com o Presidente da Ucrânia, no domingo, horas antes do encontro informal entre a Presidente da Comissão Europeia e o Presidente dos EUA, previsto para a tarde de domingo na Escócia.
Na rede X, Zelenskyy começa por descrever os temas abordados na conversa. "Discutimos muitas questões: A integração europeia da Ucrânia, o reforço das sanções contra a Rússia e o funcionamento da nossa infraestrutura anticorrupção", escreveu Zelenskyy.
E agradeceu à União Europeia pelo esforço em aprovar o 18º pacote de sanções contra a Rússia.
"Agradeci-lhe [ a Ursula von der Leyen] a adoção do 18º pacote de sanções da UE contra a Rússia, especialmente a redução do preço máximo do petróleo russo. A Ucrânia continua a sincronizar-se com as sanções europeias. Todos os 18 pacotes estão em vigor na Ucrânia".
Recorde-se que a discussão para renovar as sanções contra Moscovo foi difícil, sobretudo por causa dos entraves colocados pelo primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico.
Conhecido por ser próximo de Vladimir Putin, Robert Fico estava a bloquear o pacote de sanções por temer o corte de abastecimento de gás proveniente da Rússia, já que teria de cancelar o contrato de fornecimento que tem com a GAZPROM e suportar as penalizações, não só financeiras, como energéticas.
O primeiro-ministro eslovaco exigiu à Comissão Europeia que isentasse a Eslováquia da proibição de importação de gás russo da UE, afirmando que esta é a única forma de garantir o abastecimento de gás ao país.
O 18º pacote acabou por ser aprovado, após o levantamento do bloqueio da Eslováquia. As sanções, aprovadas pelos embaixadores em Bruxelas, proíbem todas as transações com 22 bancos russos, o Fundo Russo de Investimento Direto e as suas filiais, bem como a utilização direta e indireta dos gasodutos submarinos Nord Stream, atualmente encerrados, mas que Moscovo pretende retomar no futuro.
Sobre a conversa entre Zelenskyy e Von der Leyen, o presidente ucraniano agradeceu ainda à Comissão Europeia pelo auxílio que prestou na elaboração do projeto-lei que garante a eficácia e a independência dos organismos anticorrupção da Ucrânia. Lei que o líder ucraniano quer ver implementada "já na próxima semana".
Zelenskyy explica ainda que aprovou novas reformas que diz serem necessárias para receber ajuda financeira "ao abrigo do mecanismo do Mecanismo de Apoio à Ucrânia. Hoje, assinei leis sobre a reforma da Agência Nacional da Ucrânia para a Deteção, Rastreio e Gestão de Ativos Derivados da Corrupção e Outros Crimes (ARMA) e sobre factoring", e disse que a presidente Ursula von der Leyen "reconheceu os progressos registados no cumprimento dos indicadores relevantes".
Por último, os dois conversaram ainda sobre a adesão da Ucrânia à União Europeia. "Debatemos também as medidas necessárias para abrir o primeiro grupo de negociações sobre a nossa adesão à UE. Iremos trabalhar nesta matéria o mais rapidamente possível".
Já Ursula von der Leyen foi, pelo seu lado, parca em explicações. Talvez por estar muito próximo da hora do seu encontro com Donald Trump.
Na rede X, a Presidente da Comissão Europeia limitou-se a publicar uma mensagem "pró-forma" só para que fique registada a conversa entre ela e o Presidente da Ucrânia.
Von der Leyen classificou a conversa de "boa" e sublinhou a luta contra a corrupção na Ucrânia, considerando-a como "pedra angular" de um estado de direito:
"Boa conversa com ZelenskyyUa. A Ucrânia já alcançou muito no seu percurso europeu.
Deve basear-se nestas fundações sólidas e preservar os organismos independentes de luta contra a corrupção, que são as pedras angulares do Estado de direito da Ucrânia.
A Ucrânia pode contar com o nosso apoio para realizar progressos na sua trajetória europeia", escreveu Leyen.
A Presidente da Comissão Europeia vai reunir-se no domingo com Donald Trump para tentar chegar a um acordo sobre as taxas aduaneiras entre o bloco e os EUA.