Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Fogo em Arganil "ainda muito longe de ser dominado". Sátão e Cinfães também preocupam

Incêndio em Arganil alastra a outros concelhos e é situação mais preocupante
Incêndio em Arganil alastra a outros concelhos e é situação mais preocupante Direitos de autor  Bruno Fonseca/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Bruno Fonseca/Copyright 2024 The AP. All rights reserved
De Diana Rosa Rodrigues & João Azevedo
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

Em Arganil, onde atuam mais de 900 bombeiros, a situação é "muito desfavorável", segundo o último balanço da Proteção Civil. Sátão e Cinfães também levantam preocupações, sendo que em Trancoso há já “grandes áreas em resolução”. Marcelo avisa que situação pode piorar na sexta-feira.

PUBLICIDADE

A meio da manhã desta quinta-feira, há quatro incêndios que concentram as atenções dos bombeiros e das populações em Portugal continental. O que mobiliza mais meios é o de Arganil, no interior do distrito de Coimbra, onde, por volta das 11h00, mais de 900 bombeiros, com o apoio de 298 viaturas e sete aeronaves, combatiam várias frentes ativas numa situação considerada “ainda muito desfavorável” no último balanço feito pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Este fogo, com "pelo menos seis setores de trabalho”, não tem muitas áreas consolidadas e está “ainda muito longe de ser dominado”. As chamas começaram na freguesia de Piódão e já alastraram a outros concelhos como Oliveira do Hospital, Seia (Guarda) e Pampilhosa da Serra, levando mesmo à evacuação preventiva de alguns locais.

A levantar preocupações estão igualmente os incêndios de Sátão e de Cinfães, no distrito de Viseu. Ainda que tenha algumas áreas já em rescaldo, o fogo em Sátão, que ontem à noite já se tinha estendido ao município vizinho de Sernancelhe, a nordeste, lavra "ainda com intensidade”, mobilizando mais de 400 operacionais, apoiados por mais de 100 viaturas terrestres e quatro meios aéreos.

Já em Cinfães, no extremo noroeste do distrito, existem duas frentes ativas “a arder com média intensidade” e com “algumas aldeias a serem afetadas”, adianta a ANEPC, que dá conta de uma área com difíceis acessos por via terrestre. Em atuação estão mais de 100 operacionais, que contam com a ajuda de 36 viaturas e três meios aéreos.

O fogo que deflagrou no último sábado em Trancoso, no distrito da Guarda, apresenta uma situação “menos desfavorável”, de acordo com a Proteção Civil, que aponta grandes áreas em resolução”, “com trabalhos de rescaldo e consolidação e outros de vigilância”.

“Segundo o comando operacional, pelas 10h00, 80% do fogo estava dado como extinto e havia 20% de área em fase de resolução e consolidação, com pontos quentes que motivavam alguma cautela e preocupação por haver possibilidade de reativação”, afirmou à agência Lusa Amílcar Salvador, presidente da Câmara Municipal, adiantando que “já não há frentes ativas”. No local encontram-se mais de 400 bombeiros, ajudados por 145 viaturas e seis meios aéreos. Este fogo já tinha chegado a Aguiar da Beira, onde na quarta-feira um lar teve de ser evacuado por precaução.

A ANEPC sublinhou que se trata de incêndios "extremamente dinâmicos” e que a situação pode mudar qualquer momento.

“Nas áreas onde existem aldeias envolventes a estes incêndios, há sempre a possibilidade [de evacuação] e, no posto de comando, é sempre avaliada a possibilidade de, preventivamente, fazerem evacuações ou deslocamento destas pessoas”, explicou.

No total, estão no terreno a lutar contra as chamas em Portugal continental mais de 3 mil operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e cerca de três dezenas de meios aéreos.

Quanto aos grandes incêndios de Vila Real e Tabuaço, entraram em fase de resolução durante a noite, mantendo, por esta altura, vários meios no local de forma a evitar reacendimentos.

Ajuda ainda internacional ainda não é opção. "Fá-lo-emos quando for preciso", diz Montenegro

Apesar dos incêndios em curso e dos milhares de hectares de área ardida, Luís Montenegro diz que não ainda altura de acionar mecanismos de ajuda internacional, apesar de não descarta a hipótese de o fazer.

"Quando for preciso, quando as circunstâncias o motivarem, fá-lo-emos. Isso obedece a critérios que são de natureza técnica e operacional, que terão de ser atendidos", afirmou, em declarações à CNN Portugal, em Faro. "Não temos nenhuma objeção a fazê-lo, quando tiver de ser feito; mas também não o vamos fazer nas alturas em que não for tecnicamente adequado", reforçou.

Já Marcelo Rebelo de Sousa, que jantou ontem com o primeiro-ministro português, alertou para um possível agravamento da situação já na sexta-feira, afirmando que será "particularmente preocupante" olhando às condições meteorológicas que, segundo o presidente da República, poderão ser propícias "à permanência e ao agravamento do ponto de vista dos incêndios".

Numa declaração ao país, o presidente da República destacou o papel das condições meteorológicas nos incêndios das últimas semanas, reforçando que estas "são partilhadas" com outros países europeus, como Espanha, que também se encontra a braços com violentos incêndios.

Portugal está até sexta-feira em alerta devido ao perigo de incêndio. Esta quinta-feira o combate aos fogos no terreno também não será fácil devido ao intenso calor que se continuará a fazer sentir no território português.

Há 10 distritos sob aviso laranja: Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Setúbal, Évora e Beja. Os restantes distritos estão sob aviso amarelo. As temperaturas podem chegar aos 40 graus em alguns locais.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Incêndios florestais assolam sul da Europa e deixam milhares de pessoas desalojadas

Portugal em alerta: incêndio em Piódão obriga a evacuação de aldeias

Incêndios e tornados de fogo: chamas não dão tréguas aos bombeiros portugueses