Incêndios em Trancoso, Vila Real e Tabuaço reúnem o maior número de meios, mantendo dimensões significativas. Fogo na Covilhã entrou em fase de resolução. Mais de 1700 bombeiros combatem as chamas no terreno.
São três os grandes incêndios que lavram por esta altura em território nacional. As chamas em Freches, no concelho de Trancoso continuam a ceifar terreno, com pelo menos duas frentes de fogo ativas a darem trabalho aos operacionais no terreno. Às 10:20 contabilizavam-se 722 operacionais no terreno, apoiados por 227 meios terrestres e seis meios aéreos.
Na Covilhã, o incêndio que teve início em Sobral de São Miguel entrou em fase de resolução durante a manhã. No local estão ainda 525 bombeiros no terreno e 174 meios terrestres e um meio aéreo de forma a evitar reacendimentos.
Na segunda-feira um tornado de fogo foi visto na região, num fenómeno que já tinha acontecido também durante o incêndio de Moimenta da Beira, que entrou em fase de resolução.
Depois de entrar em fase de resolução, o incêndio em Vila Real voltou após um reacendimento pelas 17h30 de segunda-feira numa zona de mato e pinhal de Outeiro. Os meios de combate foram reforçados de forma a evitar a aproximação das chamas às povoações. Apesar dos vários focos de incêndio ativos, o fogo não ameaça habitações. Por esta altura, as chamas mobilizam 318 operacionais, 106 viaturas e seis meios aéreos.
O incêndio na freguesia de Sirarelhos teve início no passado dia 2 de agosto. O presidente da Câmara de Vila Real deixou várias críticas ao governo, afirmando que "está na altura de ouvir o seu primeiro-ministro dizer alguma coisa” à população do distrito que vê este incêndio a lavrar há mais de dez dias.
“Relembro que hoje é o décimo dia deste incêndio, o décimo dia. Como é que um país tão pequeno (…) se permite que durante 10 dias nós estejamos a ser consumidos em lume brando”, afirmou ontem Alexandre Favaios aos jornalistas.
Em Tabuaço, no distrito de Viseu, o incêndio é, por esta altura, combatido por 246 operacionais no terreno e 80 meios terrestres e seis meios aéreos. O fogo apresenta uma frente ativa numa zona de difícil acesso.
Os grandes incêndios em Moimenta da Beira, no distrito de Viseu, e Caldas das Rainha encontram-se em fase de resolução.
Aviões Canadair de Marrocos já operam em Portugal
Marrocos enviou dois aviões Canadair para Portugal de forma a ajudar no combate às chamas depois de o Governo português ter ativado o mecanismo de cooperação bilateral com o país.
Em comunicado, o ministério da Administração Interna explica que “na sequência das avarias registadas nos dois aviões Canadair que as autoridades portuguesas alugaram para ajudar no combate aos incêndios rurais, o Ministério da Administração Interna acionou de imediato o mecanismo de cooperação bilateral – em matéria de proteção civil - estabelecido com o Reino de Marrocos para colmatar esta lacuna”.
Segundo informação avançada pela RTP, os dois aviões marroquinos já se encontram a operar no teatro de operações em Trancoso.
Incêndios fazem 37 feridos
Num balanço realizado pelas 23h00 de segunda-feira, Pedro Araújo, oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, confirmou que foram registados 37 feridos na sequência dos incêndios, entre civis e operacionais no terreno. As vítimas são, essencialmente, pessoas com necessidade de assistência no local por inalação de fumos e feridos ligeiros que tiveram necessidade de assistência em unidades de saúde.
O território de Portugal continental encontra-se em situação de alerta por causa do risco de incêndio. Este ano, as chamas já consumiram já este ano uma área de quase 60 mil hectares, segundo dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
A contribuir para o avanço das chamas estão o calor intenso, vento forte e tempo seco.
Doze distritos de Portugal continental encontram-se sob aviso laranja devido ao calor, a maioria até ao final do dia de quinta-feira, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Bragança, Évora, Guarda, Beja, Castelo Branco e Portalegre estão sob aviso laranja, o segundo mais grave, devido à "persistência de valores muito elevados da temperatura máxima".