O primeiro-ministro do Montenegro, Milojko Spajić, disse à Euronews que o seu país será um membro de pleno direito da UE até ao final do mandato da Comissão Europeia, em 2029, acrescentando que este já se comporta como um membro do clube sem colher os benefícios.
O primeiro-ministro montenegrino, Milojko Spajić, está otimista quanto à conclusão do processo de adesão à UE em 2026.
"Estamos a tentar fechar todos os capítulos até ao final do próximo ano", disse Spajić numa entrevista exclusiva à Euronews em Bruxelas, explicando que o bloco tem "uma oportunidade muito, muito grande de ter um novo Estado-membro" durante o mandato da atual Comissão Europeia, que termina em 2029.
Montenegro é o mais pequeno dos nove países candidatos à UE, com pouco mais de 620 mil habitantes. É atualmente o país mais avançado na implementação das reformas constitucionais, judiciais e económicas necessárias para que Bruxelas o considere um país pronto para aderir ao bloco.
A UE elogiou os progressos realizados pelo Montenegro em matéria de reformas, especialmente as relacionadas com o Plano de Crescimento para os Balcãs Ocidentais, uma estratégia destinada a acelerar o desenvolvimento económico da região através de uma maior integração e de reformas fundamentais.
No entanto, o processo de adesão depende da conclusão de reformas fundamentais no país, nomeadamente no que diz respeito ao Estado de direito e às nomeações para o seu tribunal constitucional, sendo que o tratado de adesão final só estará pronto quando Montenegro estiver pronto.
Spajić afirmou que é do interesse da UE incluir o país dos Balcãs Ocidentais como novo membro.
"Quando aderirmos, queremos acrescentar valor, não queremos retirar valor", acrescentou. "Seremos alguém que torna a UE mais rica", reforçou.
Para o Montenegro, não há alternativa à adesão plena à União Europeia.
"Ninguém está sequer a pensar em alternativas. A adesão plena à União Europeia é o nosso objetivo", afirmou, pajić à Euronews durante a entrevista alargada, realizada depois do Fórum sobre o Alargamento da UE, organizado pela Comissão Europeia em Bruxelas, esta semana.
Spajić disse acreditar que a adesão do seu país à UE é "justa", até porque Montenegro é já "um país rodeado pela União Europeia".
Montenegro passou a fazer oficialmente parte do Espaço Único de Pagamentos em Euros (SEPA) em outubro. O país adotou unilateralmente o euro como moeda de facto em 2002, mas durante mais de duas décadas os pagamentos foram efetuados através de canais dispendiosos e fragmentados.
Agora, aderiu plenamente à infraestrutura de pagamentos da Europa, pondo fim a este sistema.
Além disso, o roaming gratuito de telemóveis entre o Montenegro e a UE deverá começar em 2026.
"Estamos a integrar-nos no mercado único de uma forma nunca vista até agora, mas também na política da UE", garantiu Spajić.