Volodymyr Zelenskyy deu início a mais uma semana diplomática intensa na segunda-feira, depois de a Ucrânia ter concluído as conversações com os negociadores norte-americanos sem qualquer avanço, o que suscitou críticas de Trump.
O chanceler alemão Friedrich Merz disse na segunda-feira que estava "cético" em relação a certos aspetos do plano de paz apoiado pelos EUA para a Ucrânia, após uma reunião em Londres com Volodymyr Zelenskyy, Keir Starmer e Emmanuel Macron.
A reunião em Londres seguiu-se à conclusão, no fim de semana, da última ronda de conversações entre negociadores ucranianos e norte-americanos sobre um plano para pôr fim à guerra da Rússia na Ucrânia.
"Estou cético em relação a alguns dos pormenores que vemos nos documentos provenientes dos EUA, mas temos de falar sobre isso, é por isso que estamos aqui", disse Merz após as conversações.
"Este poderá ser um momento decisivo para todos nós, pelo que estamos a tentar manter o nosso apoio à Ucrânia", acrescentou. "Ninguém deve duvidar do nosso apoio à Ucrânia".
O presidente francês Macron afirmou que os europeus "têm muitas cartas nas mãos", incluindo o financiamento da entrega de equipamento a Kiev, bem como "o facto de a Ucrânia estar a resistir a esta guerra, o facto de a economia russa estar a começar a sofrer".
"Agora penso que a questão principal é a convergência entre as nossas posições comuns, europeias e ucranianas, e as dos EUA, para finalizar estas negociações de paz e retomar uma nova fé nas melhores condições possíveis para a Ucrânia, para os europeus e para a nossa segurança colectiva", afirmou Macron.
Zelenskyy, cujo encontro em Londres foi a primeira paragem de uma semana diplomática intensa para garantir novos pacotes de apoio e de defesa aérea, disse que a "unidade" entre a Europa, a Ucrânia e Washington é "muito importante".
"Há coisas que não podemos fazer sem os americanos e outras sem a Europa", afirmou.
Ainda não há progressos
Os europeus, que deverão assumir a maior parte das garantias de segurança se for alcançado um cessar-fogo entre os dois países em guerra, têm-se esforçado por garantir que a sua posição seja ouvida desde que, no final de novembro, foi divulgado um novo projeto de plano de paz elaborado por Washington e Moscovo que favorecia fortemente a Rússia.
As conversações subsequentes em Moscovo entre funcionários russos e norte-americanos e, em Miami, entre representantes norte-americanos e ucranianos, não conseguiram avançar.
Um dos pontos controversos é o facto de prever que a Ucrânia ceda o controlo de toda a região do Donbass.
O primeiro-ministro britânico Starmer, que copreside com Macron a "Coligação dos Dispostos" — um grupo de nações europeias prontas a oferecer garantias de segurança à Ucrânia — também prometeu assistência contínua.
"Estamos aqui para vos apoiar no conflito e nas negociações, de forma a garantir uma solução justa e duradoura, se for possível", afirmou.
A demonstração de apoio surge depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, criticar Zelenskyy, dizendo, aos jornalistas no domingo, que o Presidente ucraniano "não leu a proposta" e "não está preparado" para a assinar.
O presidente ucraniano é esperado em Bruxelas na segunda-feira à noite para conversações com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e com os chefes de Estado e de Governo da UE, Ursula von der Leyen e António Costa, seguindo-se uma viagem a Roma na terça-feira para uma reunião com a primeira-ministra Giorgia Meloni.