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Projeto europeu apoia agricultura 4.0

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Projeto europeu apoia agricultura 4.0
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A euronews esteve no Instituto Bio Sense em Novi Sad, na Sérvia, onde um grupo de cientistas desenvolve um sistema de produção agrícola que inclui robôs, sensores, drones, imagens de satélite e análise de dados em tempo real.

A agricultura enfrenta um desafio histórico. Nos próximos 30 anos, a procura de alimentos deverá aumentar 70%. Vai ser preciso aumentar a produção alimentar sem prejudicar o ambiente.

Hoje, é possível aplicar tecnologias de vanguarda às culturas agrícolas. A chamada agricultura 4.0 está a caminho. A euronews esteve no Instituto Bio Sense em Novi Sad, na Sérvia, onde um grupo de cientistas desenvolve um sistema de produção agrícola que inclui robôs, sensores, drones, imagens de satélite e análise de dados em tempo real. A investigação faz parte do projeto europeu Antares, financiado pelo programa Horizon da Comissão Europeia.

"Como a população está a aumentar, teremos de produzir, nos próximos 40 anos, tanta comida como nos últimos dez mil anos. Precisamos de sensores e acima de tudo de inteligência artificial. Com base na ciência, na técnica e nas tecnologias da Informação, tentamos tornar as culturas mais eficientes. Usamos a microeletrónica e a nanoeletrónica e novos materiais para conceber sensores. Usamos a Internet das Coisas para que os sensores comuniquem uns com os outros. E, finalmente, utilizamos a inteligência artificial para tirar partido da imensa quantidade de dados que recolhemos através dos sensores", explicou Vesna Bengin, engenheira eletrónica e coordenadora do projeto Antares.

Monitorizar as culturas em tempo real

Graças às microtecnologias e nanotecnologias é possível avaliar o estado das culturas e do solo e detetar eventuais doenças numa fase inicial. "Os nossos sensores foram concebidos para serem usados por qualquer pessoa. Os sensores permitem obter informações importantes para o agricultor. Por exemplo, estamos a desenvolver um sensor para verificar a humidade do solo. O sensor diz-nos se devemos regar ou não as plantas, o que permite diminuir a quantidade de água usada no processo de irrigação. Estamos também a desenvolver soluções que nos indicam a quantidade de alimento disponível no solo para as plantas e a quantidade de nitrogénio", afirmou Goran Kitic, diretor do Laboratório de nanotecnologias e microtecnologias do Instituto Biosense.

Os investigadores sérvios desenvolveram uma série de projetos-piloto para testar as novas tecnologias em situação real. "A agricultura é uma coisa viva. É um sistema muito complexo. O que foi feito no último século graças aos desenvolvimentos científicos é agora reforçado pelas tecnologias da informação. A agricultura digital baseia-se no uso de dados. Graças aos sensores, recolhemos dados sobre o solo, as plantas e os animais. Usamos também satélites e drones. E, finalmente, recorremos à inteligência artificial, ao conceito de big data para descobrir aspetos que não são óbvios à primeira vista", sublinhou Vladimir Crnojevic, diretor do Instituto Biosense.

Identificar doenças numa fase inicial

Com base numa plataforma digital e numa base de dados os agricultores têm acesso a informações provenientes de várias fontes: robôs, algoritmos, drones, estações meteorológicas e dados do satélite europeu Copernicus.

"O sistema que estamos a usar consegue identificar eventuais problemas numa folha, num fruto ou num legume, o que nos permite agir imediatamente. Normalmente, quando vemos que a planta está doente, já é tarde demais. Com as câmaras e os sensores a doença é identificada numa fase inicial", contou Djordje Djukic, agricultor sérvio que participa no projeto-piloto.

O sistema integra uma aplicação para telemóvel que permite recolher dados sobre as culturas e obter uma estimativa da produção. "Esta aplicação é como um par de olhos suplementares porque permite ver através do satélite o que não se vê a olho nu. Quando temos um terreno enorme como este, não conseguimos saber o que se passa no meio ou no fim do terreno. Com esta aplicação identificamos os locais onde é preciso intervir", explicou Vladan Minic, investigador do Instituto Biosense.

Um robô autónomo pode recolher amostras e enviar a informação em tempo real, o que permite gerir cada pedaço de terra de forma individualizada. "Dá-nos os resultados ao fim de dez minutos. Ficamos logo a saber qual é a situação. Obtemos um mapa, o que ajudará o agricultor a ser mais eficiente", afirmou Goran Kitic, diretor do Laboratório de nanotecnologias e microtecnologias do Instituto Biosense.

A agricultura e, em particular, a criação industrial de gado, representa um quarto das emissões de gases com efeito de estufa, a nível mundial.

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