Um relatório parlamentar sobre o TikTok acusa a plataforma de expor as crianças e jovens a conteúdos perigosos e que podem levar ao suicídio.
Na sequência de uma investigação iniciada em março, uma Comissão Parlamentar de Inquérito acusou o TikTok de colocar os utilizadores numa "armadilha algorítmica", prejudicial e perigosa.
De acordo com o presidente da comissão de inquérito, Arthur Delaporte (Partido Socialista), "a plataforma está consciente dos abusos" e"o algoritmo é problemático".
Para Arthur Delaporte,"as provas são irrefutáveis": o TikTok"pôs deliberadamente em perigo a saúde e a vida dos utilizadores".
No fim de 2024, um grupo de famílias levou o TikTok a tribunal, acusando a plataforma de expor os filhos a conteúdos suscetíveis de conduzir ao suicídio.
O relatório da comissão critica a plataforma por permitir a proliferação de conteúdos nocivos e por utilizar algoritmos suscetíveis de prender os jovens em espirais prejudiciais.
A relatora da comissão, a deputada Laure Miller (Ensemble pour la République), refere a perda de atenção, a perturbação dos ciclos de sono e a diminuição da autoestima como problemas que resultam da utilização do TikTok pelos adolescentes.
Por seu lado, o grupo chinês ByteDance, proprietário do TikTok, afirma ter introduzido um sistema de moderação apoiado por inteligência artificial.
Os deputados consideram estes esforços insuficientes e constatam que, entre setembro de 2023 e dezembro de 2024, o número de moderadores francófonos no TikTok diminuiu 26%.
O relatório propõe a proibição das redes para menores de 15 anos e introdução de um "recolher obrigatório digital" para jovens entre os 15 e os 18 anos, entre as 22h00 e as 8h00 da manhã.
O presidente da comissão anunciou, na quinta-feira, que tinha instaurado uma ação judicial por o TikTok "pôr em perigo a vida" dos utilizadores. Na sua opinião,"tratam-se de infrações penais". Arthur Delaporte condenou a "cumplicidade ativa na difusão de conteúdos perigosos e (...) a falta de reação aos atentados à dignidade das pessoas".
O presidente de França, Emmanuel Macron, por seu lado, é a favor de uma proibição das redes sociais para os menores de 15 anos.