Milhares de pessoas manifestaram-se ontem, em Buenos Aires, para denunciar o que consideram ser “um crime político”, mais de duas semanas após a
Milhares de pessoas manifestaram-se ontem, em Buenos Aires, para denunciar o que consideram ser “um crime político”, mais de duas semanas após a morte, em circunstâncias misteriosas, do procurador Alberto Nisman.
O protesto ocorreu dias após a revelação de que o magistrado teria pedido uma ordem de prisão contra a presidente Cristina Fernandez, suspeita de ter encoberto a implicação do Irão num atentado contra um centro judaico nos anos 90.
“Os serviços de desinteligência estiveram sempre ao lado do poder e não do povo. É necessária uma reforma, não uma operação de cosmética”, afirma o Nobel da Paz, Adolfo Esquivel.
“Há mais de 12 anos que os Kirchner beneficiam de uma grande impunidade. Eles não podem encerrar este caso até que tudo esteja esclarecido. A morte de Nisman volta a sublinhar a impunidade em torno do atentado de 1994”, afirma uma manifestante.
A oposição argentina convocou já um debate sobre o tema, no parlamento, para a próxima semana quando a presidente Cristina Fernandez poderá ser chamada a testemunhar frente à comissão de investigação à morte de Nisman.
A justiça vai igualmente convocar o antigo chefe dos serviços secretos, Antonio Stiuso, que teria telefonado ao procurador, dois dias antes do magistrado aparecer morto, dentro de sua casa, com uma bala na cabeça, a 18 de janeiro.
Em causa estão alegadas manobras do governo para ilibar os responsáveis iranianos do atentado dos anos 90, de forma a não perturbar as relações comerciais entre Buenos Aires e Teerão.