No inquérito preliminar sobre a morte do ex-espião russo, o advogado da família apontou diretamente o dedo ao presidente Vladimir Putin
A família do antigo espião russo Alexander Litvinenko, morto em Londres em 2006, acusa diretamente a Rússia e o presidente Vladimir Putin de estarem por detrás do assassinato.
O Estado russo ordenou este assassinato. (...) Isso não pode ter acontecido sem a aprovação do presidente Putin.
Isso mesmo foi dito pelo advogado da família, Ben Emmerson, no último dia do inquérito preliminar do tribunal britânico que vai julgar o caso: “Temos a certeza de que o Estado russo ordenou este assassinato e, sem dúvida alguma, isso não pode ter acontecido sem a aprovação do presidente Putin”.
Litvinenko tinha sido um destacado agente dos serviços secretos russos, FSB, antes de se tornar numa voz discordante das políticas de Putin. A viúva, Marina Litvinenko, lembra que tornou públicas informações sensíveis: “Ele lutou para expor a corrupção no FSB, à mais alta escala do poder na Rússia. As ações dele foram entendidas como uma traição e acabou por pagar o preço mais alto”.
Marina Litvinenko one very brave woman outside the high court this lunchtime. pic.twitter.com/528YFr0cl9
— Political Pictures (@PoliticalPics) July 31, 2015
Litvinenko morreu no dia 1 de novembro de 2006, depois de uma doença súbita e misteriosa. Soube-se depois que foi envenenado com plutónio.
As autoridades britânicas dizem ter provas para julgar dois suspeitos, alegados operacionais do FSB, um dos quais, Andrei Lugovoy, é agora deputado e foi condecorado por Vladimir Putin.
Alexander Litvinenko lawyer points finger at Putin as inquiry ends http://t.co/ToNQze3cyX
— The Guardian (@guardian) July 31, 2015