Um barco da guarda costeira grega terá afundado recentemente uma embarcação insuflável carregada de imigrantes originários da Síria. A denúncia vem
Um barco da guarda costeira grega terá afundado recentemente uma embarcação insuflável carregada de imigrantes originários da Síria. A denúncia vem do jornal diário turco “Hürriyet”, que publicou um vídeo alegadamente filmado durante a ação das autoridades marítimas gregas.
O incidente terá sido filmado há alguns dias por pescadores trucos em águas turcas, entre o arquipélago grego do Dodecaneso, na extremidade leste do mar Egeu, e a costa sudoeste da Turquia.
Nos comentários audíveis em turco no vídeo, os pescadores dizem que os funcionários da guarda costeira grega entraram em águas turcas, furaram o pneumático que transportava os clandestinos e abandonaram-nos enquanto naufragavam.
Os náufragos foram inicialmente socorridos pelos pescadores e em seguida pela guarda costeira turca. Segundo o “Hürriyet”, não hove vítimas mortais do incidente.
As ilhas do mar Egeu registaram, desde o início de 2015, um aumento progressivo do número de refugiados que procuram atracar durante a noite em dezenas de botes insufláveis, vindos da Turquia. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), em janeiro foram 1.700 pessoas, em junho 31 mil e em julho 50 mil.
Ainda de acordo com o ACNUR, na semana passada 1.900 clandestinos, entre homens, mulheres e crianças, chegaram às costas orientais do Egeu.
Modus operandis?Não é a primeira vez que as autoridades gregas são acusadas de provocar o naufrágio de clandestinos. Em janeiro de 2014, um barco da guarda costeira grega tentou rebocar para águas territoriais turcas um bote com 28 imigrantes afegãos e sírios vindos da Turquia, tendo provocado a morte por afogamento de 9 crianças e 3 mulheres no mar Egeu. Os funcionários da guarda costeira não prestaram sequer socorro aos náufragos.
A denúncia foi feita em Atenas pelos 16 sobreviventes e por ativistas dos direitos humanos, organizações de apoio aos refugiados e imigrantes,e anti-racistas, representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e deputados do partido grego Syriza. Na altura, Panos Skourleti, do Syriza, exigiu a demissão do ministro grego e uma investigação independente sobre o incidente.
Isto, depois de, em dezembro de 2013, o chefe da polícia grega, Nikolaos Papagianopoulos, ter declarado que a estratégia com os imigrantes deveria ser “tornar-lhes a vida impossível”, segundo uma gravação sonora publicada pelo site grego de investigação jornalística Hot Doc, dirigido pelo jornalista Kostas Vaxevanis.
O diretor da Amnistia Internacional para a Europa e Ásia Central, John Dalhuisen, pediu às autoridades gregas que as alegadas declarações de Papagianopoulos fossem investigadas.